O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou Roberto Cirino dos Santos, candidato a prefeito de São Simão nas eleições do ano passado, por ter apresentado um diploma falso em seu registro de candidatura.
Cirino concorreu ao pleito e teve aproximadamente 16% dos votos em São Simão. Na peça, o promotor Fabrício Lamas Borges da Silva pede reparação de danos morais coletivos à comunidade.
De acordo com o MPE, o documento falso foi apresentado em 21 de setembro de 2020. Ele entregou às autoridades eleitorais um certificado de conclusão de curso do Centro Educacional Brasil Futuro, em Luziânia.
Contudo, posteriormente, houve comprovação de que o diploma era falso, pois ele jamais frequentou o curso presencial e regular da escola, uma vez que esteve preso entre 28 de novembro de 2014 e 30 de abril de 2015.
O promotor eleitoral constatou que os documentos emitidos pela instituição são irregulares, uma vez que a certificação não é de sua atribuição, não possuindo validade. Além disso, o centro educacional não possui ensino médio, mas tão somente ensino fundamental.
Ao requerer informações à Secretaria de Educação do Estado de Goiás sobre o diploma, com o auxílio da Promotoria de Justiça de Luziânia, sobre o funcionamento da escola e sobre o diploma do candidato, verificou-se que não foram encontrados todos os diários com o nome do estudante.
Para Fabrício Lamas, a ficha de matrícula de Roberto Cirino já causava estranheza, pois o endereço que o denunciado apresentou era de São Simão, enquanto a escola, com aula presencial, era de Luziânia, aproximadamente 550 km de distância de sua residência, e onde ele supostamente estudaria diariamente. Além disso, havia diversas inconsistências, como, por exemplo, o histórico parcial apresentado se referia a Educação de Jovens e Adultos à distância enquanto um outro histórico apresentava informação sobre um curso regular noturno.
Para o promotor eleitoral, o mais grave, constituindo prova cabal da falsidade documental, foram as notas e as presenças apresentadas entre 28 de novembro de 2014 e 30 de abril de 2015, período em que ele estava preso provisoriamente na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba (MG), mais de 450 km de distância da escola emissora do certificado.
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