AÇÃO IMPETRADA PELO ATUAL GOVERNADOR COBRAVA INVESTIGAÇÃO SOBRE A EVOLUÇÃO PATRIMONIAL DO PEEMEDEBISTA. MP INVESTIGOU EX-GOVERNADOR DURANTE SEIS ANOS E O INOCENTOU
O ex-governador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) divulgou um documento do Ministério Público de Goiás para provar que já teve sua vida financeira e patrimonial investigada após denúncia feita pelo então candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo (PSDB), em 1998. A conclusão da investigação, realizada entre 1999 e 2004, foi o arquivamento do processo.
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O Ministério Público solicitou o arquivamento da investigação, pois não foi encontrado “respaldo legal ou fático para propositura de ação civil”. O documento foi assinado pelo promotor de Justiça da 50ª promotoria, Umberto Machado, e é datado de 29 de outubro de 2004. A investigação teve início seis anos antes, em 1999.
Iris Rezende relatou que teve sua vida “devassada” e que nada foi encontrado. O ex-governador carrega o documento, agora tornado público, para contestar os que fazem alusões ao seu patrimônio. Na última segunda-feira, 1 de julho, o governador Marconi Perillo voltou a acusar Iris de ter um patrimônio incompatível.
De acordo com o documento do MP, o sigilo bancário de Iris Rezende foi liberado, por autorização pessoal, e as informações bancárias no período de 01.01.1982 (ano em que Iris foi eleito governador de Goiás pela primeira vez) a outubro de 1998 foram fornecidas pelas instituições bancárias onde Iris mantinha contas ao Ministério Público de Goiás. Do mesmo modo, as informações patrimoniais foram fornecidas por cartórios de imóveis.
O início
A investigação foi iniciada em outubro de 1998 quando Iris Rezende e Marconi Perillo disputavam a sucessão estadual em Goiás. Durante um debate realizado pela Rádio K do Brasil, Iris e Marconi trocaram acusações. Marconi lançou dúvidas sobre a evolução patrimonial do adversário. Os dois aceitaram, então, que fossem investigados pelo Ministério Público, disponibilizando espontaneamente seus sigilos fiscal e bancário.
A investigação do Ministério Público se deu por meio de um inquérito civil público, que passou a analisar a evolução patrimonial de Iris Rezende, após representação do então deputado federal Marconi Perillo. Marconi questionou três pontos do patrimônio do adversário: a participação nos lucros do Frigorifico Vera Cruz (propriedade da família Rezende), a venda de cabeças de gado e a compra de um apartamento no Setor Oeste.
Somente em 2004, o órgão divulgou um documento arquivando a investigação por não encontrar qualquer vestígio de irregularidade nas acusações propostas pelo atual governador. Como Marconi Perillo venceu a eleição de 1998 e tornou-se governador, com foro privilegiado, as acusações feitas por Iris contra ele não foram investigadas.
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