22 de novembro de 2024
Cidades • atualizado em 08/10/2020 às 12:26

MP-GO investigava suposta conduta criminosa de policiais civis após extorsão de Padre Robson

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Suposta conduta criminosa de integrantes da Polícia Civil de Goiás era apurada pelo Ministério Público (MP-GO) em uma investigação oriunda da Operação Vendilhões, que investigava o Padre Robson por supostos delitos na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).

Com o trancamento da investigação determinado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) na última terça-feira (6), essa apuração do MP-GO também foi afetada.

As suspeitas partiram de um documento apreendido no âmbito da Operação Vendilhões. Nele, o gerente jurídico da Afipe afirma que estavam se estagnando condutas criminosas como lavagem de dinheiro, caixa 2, organização criminosa e outros. Ele diz que uma eventual linha de defesa alegando ignorância seria “risível se não fosse frágil”. Ele cita que este seria um mau conselho de delegados e “amigos da Polícia Civil” de Padre Robson.

O promotor Sebastião Marcos afirmou que, a partir do caso de extorsão do Padre Robson, originaram-se duas investigações. Uma diz respeito a supostos delitos na Afipe. Outra apurava “possível corrupção na Polícia Civil no momento em que o padre foi extorquido”, informou.

“Pode ter ocorrido corrupção em outros momentos, como manipulação de dados do sistema da Polícia Civil”, completou o promotor, explicando que a investigação era sobre agentes da corporação que tiveram contato com a Afipe.

Recurso

O MP-GO informou que entrará com recurso de embargos de declaração para “aclarar” a decisão do TJ-GO. Sebastião Marcos argumentou que o travamento da investigação prejudicou esta linha de apuração.

“O que a compra da fazenda tem a ver com o policial civil que pode estar praticando crime? Não tem como vincular esta investigação ao tema que era discutido no habeas corpus. Não tem como explicar uma situação dessa”, asseverou.

O procurador-geral de Justiça, Aylton Vechi, explicou que “questões subjacentes e circundantes, com interesse e potencial penal, portanto capaz de traduzir-se em crime” foram paralisadas com a decisão.

O Diário de Goiás entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda posicionamento da instituição.


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