Preso há 28 dias, o ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por estupro, abuso sexual, violência psicológica e coação. Ele tinha sido denunciado à Polícia Civil por funcionárias do sindicato que relataram que os abusos ocorriam dentro da sala do próprio presidente quando ele ocupava o cargo.
Quando informações sobre os supostos crimes começaram a circular, Olávio Teles teria chorado e negado tudo. Nesta fase, os abusos teriam cessado, mas segundo a denúncia das vítimas, outro problema se agravou. O então presidente do sindicato teria iniciado ameaças e perseguições às vítimas de forma mais intensa, conforme a denúncia, se aproveitando da posição de superior hierárquico. O relato no inquérito indica que Teles dizia ser “rico e por isso jamais ficaria preso”.
Sala trancada e sem câmeras
Assim como o inquérito policial, a denúncia do MPGO expõe que os abusos ocorriam dentro da sala da presidência do Sindicato Rural, único ambiente do sindicato sem câmeras, isolado e trancado, de forma que só Teles tinha acesso ou autorizava o acesso.
O então presidente chamava as funcionárias alegando que precisava falar de trabalho, mas usava esses momentos sozinho com elas para fazer comentários sobre o corpo delas, tocar e praticar os crimes sexuais.
O MPGO também revelou que depois que os relatos de abusos começaram a circular, Teles demitiu uma das vítimas e tentou espalhar intrigas para desacreditar as denúncias, segundo informou a Tv Anhanguera nesta quarta-feira (10).
Durante a investigação, o número de vítimas aumentou e o produtor rural foi denunciado por crimes sexuais, psicológicos, stalking e por coagir as funcionárias. Além de Teles, o Ministério Público também denunciou Miguel Mendonça Cardoso, diretor de Tecnologia da Informação do sindicato. A justificativa é de que o diretor teria atuado para proteger o então presidente, promovendo ligações para as vítimas, incentivando-as a manterem silêncio e negarem os crimes.
Defesa não vê motivos para a prisão preventiva
A reportagem do DG não localizou a defesa do produtor e do diretor do sindicato nesta quarta. O espaço está aberto para a manifestação delas.
À Tv Anhanguera, a defesa de Teles disse que recebeu a denúncia do MPGO com tranquilidade e que tem “plena convicção de que as acusações serão desmentidas na Justiça”.
A defesa teria argumentado também que os fatos apontados “são antigos” e que ao longo do processo vai demonstrar que não existe qualquer conduta criminosa do cliente. Além disso, a defesa destacou ainda que Olávio Teles é primário, tem bons antecedentes, residência fixa e atividade lícita, por isso não vê motivos para a prisão preventiva ter sido mantida.
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