O deputado federal Dr. Zacharias Calil em vias de trocar o União Brasil pelo Partido Liberal, foi às redes sociais nesta sexta-feira (11) informar que dará entrada no pedido de criação de uma comissão mista na Câmara dos Deputados para acompanhar os desdobramentos diplomáticos da guerra tarifária imposta esta semana ao Brasil pelos Estados Unidos.
Em vídeo, ele diz que o anúncio do presidente Donald Trump de tarifar em 50% os produtos brasileiros, acende um alerta de que é preciso reafirmar a diplomacia “como único caminho legítimo e eficaz para superar impasses internacionais, evitando rupturas e preservando o diálogo construtivo entre as nações”.
A comissão que ele pretende sugerir em requerimento, visa, nas palavras do parlamentar, “acompanhar as recentes decisões tarifárias do governo norte-americano e fortalecer a interlocução internacional do parlamento brasileiro”.
Segundo ele, a comissão buscará dialogar com embaixadas, organismos multilaterais e até o Congresso dos Estados Unidos. O deputado fala em criar um espaço institucional de “vigilância e cooperação”, recomenda equilíbrio, maturidade e estratégia e entende que cabe ao Congresso contribuir com soluções diplomáticas que defendam os interesses nacionais sem abrir mão do diálogo e do respeito internacional.
Atribuições federais
Entretanto, tais papéis e atribuições que ele sugere para a comissão, são dos órgãos e ministérios da União, tais como o Ministério das Relações Exteriores (Itamaray). Além disso, o próprio Congresso norte-americano não participou da decisão de Trump, anunciada por uma rede social. Desde abril, inclusive, o Congresso dos EUA assiste preocupado a política tarifária do presidente Trump, chegando mesmo a falar em limitar seus poderes, mas como se vê pelo novo momento de ataque tarifário a outros países, sem êxito.
A fala do deputado vem no momento em que, em Goiás, o governador Ronaldo Caiado fez declarações sobre o papel do Congresso diante da crise. Principal líder do UB, o governador é decisivo na escolha dos nomes que estarão na chapa para o senado em 2026 com a primeira-dama, Gracinha Caiado, única confirmada há mais de ano.
Desde 2023, Calil falava de sua intenção em ser um dos candidatos da base do governador ao Senado. Atualmente, sem sinal verde neste sentido, ele se aproxima do PL com a mesma esperança.
Pauta agrada UB e mais ainda PL
A pauta de dar protagonismo ao Congresso na questão do tarifaço é de interesse do UB, como se vê pela fala de Caiado, mas com ela Zacharias Calil atende ainda mais prontamente aos bolsonaristas, à frente do PL e constantemente em busca de embates com o governo Lula.
O presidente, de sua parte, prepara a Lei de Reciprocidade enquanto o Itamaraty estrutura os diálogos sobre a retaliação histórica, e sem causa, que gerou espanto até entre líderes de diversos países, economistas e da imprensa internacional, pelo tom ideológico inusitado imposto ao Brasil em pleno século 21.
Presidentes de Câmara e Senado citam Lei da Reciprocidade Econômica
Antes da proposta do deputado goiano para uma comissão mista ser criada, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (UB/AP se uniram em nota na quinta-feira (10) , como mostrou O Globo, dando sinais noutro sentido: o de que o papel das duas casas em meio à guerra tarifária instaurada, é legislar. Assim como Lula, eles focaram na Lei de Reciprocidade para proteger a economia e a soberania do Brasil.
“O Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos. Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania. Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, disseram eles.
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