Nos últimos cinco anos, o tratamento da obesidade tem passado por uma revolução silenciosa no Brasil e especialmente em Goiás. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de cirurgias bariátricas realizadas no país caiu cerca de 30% no período. Em Goiás, a redução foi ainda maior: 40%. A mudança é reflexo da chegada de novos medicamentos menos invasivos, como a Mounjaro (tirzepatida), que estão transformando a forma como pacientes e médicos lidam com o excesso de peso.
O médico Fernando França, especialista em medicina da longevidade, bem-estar e emagrecimento, afirma que estamos diante de uma mudança de paradigma. “Se a tendência de liberação de novos medicamentos continuar, é possível que em até 10 anos os diagnósticos para cirurgia bariátrica se tornem raros”, afirma.
Alternativa eficaz e menos arriscada
A Mounjaro vem demonstrando resultados significativos em estudos clínicos, com pacientes perdendo até 20% do peso corporal em poucas semanas de tratamento. É o caso da professora Lilian Melo, 47 anos, natural do Tocantins. Com quase 100 quilos, ela iniciou um protocolo de emagrecimento em Goiás com o médico Fernando França, utilizando o método REVIGORE, que combina medicamentos, acompanhamento clínico e mudanças no estilo de vida.
“Hoje sou outra pessoa. Faço atividade física, jogo vôlei e até minha relação com meu marido melhorou”, comemora Lilian, que perdeu quase 20 quilos em seis meses e deixou a bariátrica no passado. A Mounjaro atua estimulando a secreção de insulina e reduzindo o glucagon, o que contribui para maior controle do apetite. Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas e desconfortos gastrointestinais, geralmente passageiros. O uso deve sempre ser feito sob acompanhamento médico.
Obesidade: problema crescente em Goiás e no Brasil
O Brasil convive com uma verdadeira epidemia de obesidade. Segundo levantamento do Ministério da Saúde de 2022, mais de 6,7 milhões de pessoas no país viviam com obesidade, das quais 863 mil em estágio grave (IMC grau III). Já um relatório global de março de 2025 apontou que 31% da população brasileira está obesa, ou seja, um a cada três brasileiros.
Em Goiás, a realidade segue a mesma tendência. O Atlas da Obesidade, lançado em 2022, revelou que a prevalência de adolescentes obesos já chega a 13,31%, o que representa mais de 24 mil jovens com excesso de peso no estado. A obesidade, além de comprometer a autoestima e qualidade de vida, está diretamente ligada ao aumento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, entre outras comorbidades.
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