22 de novembro de 2024
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Motoristas se reúnem na manhã deste sábado (03) para decidir paralisação do transporte coletivo

Motoristas sentem-se abandonados pelas empresas, governo estadual e governo federal
Motoristas sentem-se abandonados pelas empresas, governo estadual e governo federal

Os motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia se reúnem às 9 horas da manhã deste sábado (03/04) em uma Assembleia que pode, inclusive, definir uma possível paralisação das atividades operacionais. Eles sentem-se inseguros e desprotegidos diante do avanço do coronavírus e exigem priorização imediata no Plano de imunização contra a Covid-19.

O Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) que encabeça o ato justifica que até agora já foram 270 trabalhadores do transporte coletivo contaminados, além de 16 mortos.  Por isso, é fundamental que sejam vacinados.

Eles alegam que estão sendo abandonados pelas empresas e também do Governo Federal – “que negligenciou e pouco se importou com a compra da vacinas” e até com o governo estadual, do governador Ronaldo Caiado. “Que, inclusive, vem vacinando categorias no Programa de Vacinação que estão menos sujeitas a contaminação”. 

Representantes do Sindicoletivo afirmam que as companhias sequer dão materiais básicos no enfrentamento à Covid-19. ““Os motoristas têm que comprar suas máscaras. Até o fornecimento do álcool é tão lenta que o motorista compra seu álcool em gel”, relata”, pontua o diretor-financeiro do Sindicoletivo, Carlos Albertos dos Santos.

Ele cita ainda que o motorista acaba tendo a função de fiscal para garantir que passageiros descumpram as normas em vigor no transporte coletivo. “Quando está na rua quem faz fiscalização é o motorista. Além de vendar passagem, tem que brigar com passageiro que quer entrar e não pode, com quem não quer usar máscara”, conta.

O diretor financeiro cita revela ainda casos de agressões. “Quando o ônibus sai para fazer a rota, a gente encontra os usuários com seus próprios problemas. Há agressões verbais, passageiros irritados e as pessoas encontram o motorista de ônibus para despejar sua raiva”, lamenta.

Santos ainda diz que existem empresas, como a Metrobus, operadora do Eixo Anhanguera que submete profissionais no grupo de risco e não vacinados em plena operação sendo expostos ao vírus. 

Governador diz que irá avaliar junto com Comitê

Na última segunda-feira (29/03) o Governador de Goiás disse que irá avaliar juntamente com o Comitê de Enfrentamento todas as solicitações de priorização existentes. A vontade era que todos fossem vacinados juntos, mas faltam insumos. “Vocês sabem como eu tenho o hábito de eu mesmo atender e responder no telefone, atender o pedido de motoristas, principalmente de ônibus coletivos, diante da posição que eles estão expostos a serem dado prioridade. 

“Vocês podem saber que se nós tivéssemos vacinas suficientes estaríamos atendendo a todos. Tenham certeza que nós saberemos gradualmente irmos atendendo todas as pessoas com as prioridades que devam ser dadas à aqueles que estão na linha de frente e expostos a maior contaminação”, destacou o democrata.

Redemob e Metrobus se defendem

Em resposta ao DG, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (SET) disse que tomou conhecimento pela imprensa sobre a assembleia dos trabalhadores e que é o evento é direito da categoria.

O SET citou uma pesquisa realizada em setembro do ano passado, que mostrou que 12% dos usuários do transporte coletivo na capital testaram positivo para o coronavírus. “Os números, de acordo com a então secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué, não garantem que os ônibus na capital são um foco de transmissão da doença, isso porque o índice é semelhante ao que a prefeitura tem a partir da testagem ampliada que vem sendo feita nos bairros, na época, que ficou entre 12% e 13%”.

O sindicato patronal lembrou que está em execução um protocolo sanitário com 12 medidas de segurança, como ventilação, higienização, desinfecção, vacinação contra H1N1, incentivo ao uso do Sitpass, estímulo ao uso do SimRMTC, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel, afastamento de colaboradores que testarem positivo, entre outras.

O presidente do SET, Adriano Oliveira, diz que defende a vacinação prioritária dos motoristas. “Da mesma forma que foi anunciado pelo Governador do Estado de Goiás para a Polícia Militar, esperamos que o mesmo possa ser feito com os motoristas e demais profissionais, que têm dado sua contribuição diária na manutenção do serviço de transporte público, essencial para a mobilidade das cidades. Nós estamos trabalhando, inclusive, junto ao poder público para que isso aconteça”, defende.

Já a Metrobus pontuou uma série de protocolos que vem sendo adotados na empresa, mas não respondeu sobre motoristas acima da idade de risco em operação. 

Veja parte da nota na íntegra:

“A Metrobus informa que desde o início da pandemia adotou uma série de medidas para conter o avanço da Covid-19 entre os seus funcionários, como o fornecimento de máscaras e o seu uso obrigatório na empresa, álcool em gel, aferição de temperatura na entrada, higienização constante dos ônibus e dos ambientes de trabalho e cartazes com orientações de prevenção. Além disso, todos os motoristas são orientados a manterem as janelas dos ônibus abertas […] Sempre que há caso suspeito ou que teve contato com alguém contaminado, cumpre os protocolos de saúde e o profissional é afastado imediatamente, sendo direcionado ao serviço de saúde para diagnóstico e atendimento. A Metrobus afirma mais uma vez que assim que a empresa é notificada de caso suspeito ou confirmado de Covid-19 afasta os funcionários para cumprir o protocolo de isolamento de 14 dias”


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