Na tarde da última quarta-feira (7), os motoristas e cobradores de ônibus que fazem rotas na região do Entorno de Brasília, anunciaram paralisação total por conta da falta de pagamento dos salários, da primeira parcela do 13º, além dos tickets alimentação. Segundo informações do Correio Braziliense, o Sindicato dos Rodoviários do Entorno (SITTRINDE), informou que a greve será por tempo indeterminado.
A paralisação afeta metade da frota de Brasília. A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip), ainda ressaltou que serão necessárias medidas urgentes para que o transporte semiurbano do entorno não entre em colapso. De acordo com a apuração do Correio Braziliense, a falta de pagamento é decorrente da ausência do reajuste de tarifas e do repasse de verbas proveniente da PEC do Idoso, que este mês, beneficiou somente o transporte urbano.
Negociação
Em entrevista ao Correio, o presidente do SITTRINDE, Jadsom Ferreira Morais, afirmou que tentaram negociação com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas que por conta da fase de transição entre as gerências, não obteve qualquer auxílio, nem satisfação. A Anatrip acrescentou que não existe previsão de pagamento, já que as empresas estão operando sem subsídios do governo, próximas do colapso total. Algumas tiveram que recorrer a empréstimos e outros recursos externos para se manter.
Origem da crise
A greve está diretamente relacionada a crise de gestão das linhas do Entorno e do Distrito Federal que acontece entre as cidades goianas do Entorno e o DF. O Governo do Distrito anunciou aumento de 25% nas tarifas, que entrou em vigor no último dia 4 de dezembro. Entretanto, no dia 5, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, suspendeu o aumento.
A suspensão foi um pedido do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já que o acréscimo afeta diretamente os usuários goianos residentes no Entorno. Com o reajuste, as viagens de Luziânia e Planaltina ao Plano Piloto, chegariam a R$ 9,25 e 9,80, respectivamente. Após a decisão, o Governo do DF anunciou que não tinha intenção de recorrer, e devolveu a gestão do transporte semiurbano a ANTT.
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