Após a Assembleia dos motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia, realizada na manhã desta terça-feira (27), a categoria foi favorável ao indicativo de greve de ônibus, que deve começar ainda nesta sexta-feira (30). A reunião, que ocorreu ao lado do Terminal Padre Pelágio, também contou com um protesto onde os profissionais reclamaram das atuais condições do trabalho.
“Temos profissionais de excelente qualidade no volante, mas o transporte é mal cuidado, sem estrutura, carros velhos, que estão quebrando todos os dias, lotados”, disse um dos motoristas que protestou. Após esta e outras reclamações, os profissionais votaram se preferiam aceitar uma proposta de reajustes ou se optavam pelo indicativo de greve, que foi o escolhido pela maioria.
“Os empresários não nos deixaram outra alternativa […] Vamos deliberar pela greve de ônibus no transporte coletivo da Grande Goiânia na sexta-feira às 10 horas. Greve não é brincadeira, é um momento sério, é o principal instrumento que a classe trabalhadora tem para pressionar os patrões”, disse um dos representantes da categoria.
O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (Sindicoletivo) exigem, pelo menos, 11% de reajuste linear entre março de 2023 até setembro de 2023. Além disso, eles pedem pela inclusão de uma proposta do procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) que colocou no bojo uma ajuda de custo de R$ 300,00.
Presidente do Sindicoletivo, Carlos Soares, já havia confirmado ao Diário de Goiás, porém, que até o momento, a nova proposta por parte do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET), não incluiu tais pedidos, com um aumento de 8%.
Ainda sobre a greve de ônibus, o diretor financeiro do Sindicoletivo, Sérgio Reis, afirmou que a situação pode se reverter caso os “patrões” levarem uma proposta digna para uma audiência marcada para esta quarta-feira (28) no Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia. “A partir de agora vamos notificar a Justiça, o Ministério Público. Temos uma audiência marcada para esta quarta-feira às 15 horas para discutir sobre novas propostas […] Se os patrões levarem uma proposta digna a greve pode ser revertida e cancelada”, afirmou.
Caso contrário, se a proposta não atender à categoria, a greve do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia continua marcada para começar nesta sexta-feira (30).
Após a Assembleia e as manifestações, o SET também divulgou uma nota de posicionamento onde a diz que “viu, com surpresa, a decisão de parte da categoria dos motoristas em fazer a paralisação, uma vez que as negociações ainda estão em andamento”. Confira na íntegra.
“O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros de Goiânia (SET) viu, com surpresa, a decisão de parte da categoria dos motoristas em fazer a paralisação, uma vez que as negociações ainda estão em andamento. As empresas não foram comunicadas oficialmente desta definição, souberam por meio de divulgações na imprensa.
O SET lamenta a decisão dos motoristas que, mesmo com a abertura das empresas para concessão de aumento salarial acima da inflação e com ganhos reais, tomem a decisão de prejudicar a população. O sindicato continua à disposição da imprensa e estará presente em mais uma reunião de negociação, marcada para a tarde desta quarta-feira (28) com o TRT.“
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