22 de dezembro de 2024
Cidades

Motoristas de ônibus pedem 15% de reajuste e ameaçam greve em Goiânia

SindColetivo enviou proposta com 50 pontos e aguarda mediação. (Foto: Arquivo DG)
SindColetivo enviou proposta com 50 pontos e aguarda mediação. (Foto: Arquivo DG)

O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (SindColetivo) enviou à Superintendência Regional do Trabalho (SRTE) uma proposta de convenção coletiva e aguarda a realização de uma audiência de mediação com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET).

O documento foi aprovado em assembleia no dia 19 de janeiro e enviado no dia 22. A proposta reúne 50 itens. Entre os pedidos dos trabalhadores estão reajuste salarial e de gratificações de 15%, anuênio de 3%, redução da jornada de trabalho para seis horas diárias ou 36 horas semanais e aumento de 25% no valor do Ticket Alimentação. As novas regras passariam a vigorar a partir de 1 de março.

Em contato com o Diário de Goiás, o presidente do SindColetivo, Sérgio Araújo, afirmou que as propostas são audaciosas, mas plausíveis. Porém, conforme Araújo, o SET ainda não se sensibilizou.

“Pelo que estou vendo, os patrões não estão muito satisfeitos com nossas propostas. São propostas cabíveis. Eles ganham um dinheiro exorbitante, e a carga é colocada em cima do trabalhador e dos passageiros”, afirmou.

Possibilidade de greve

Até o momento, ainda não há data marcada pelo SRTE para a mediação, tampouco retorno do SET, segundo informou o SindColetivo. Caso a reunião entre as partes não seja realizada neste mês, os trabalhadores do transporte coletivo ameaçam parar.

“Se não derem resposta, vamos tomar atitude. Já acionamos a superintendência e o Ministério Público do Trabalho. Se eles (SET) não forem no dia da mediação ou ela não for marcada, nosso objetivo é fazer um movimento paredista dentro da legalidade”, disse Araújo.

O SindColetivo ganhou na Justiça o direito de representar a categoria, substituindo o Sinttransporte que, segundo Araújo, era uma entidade “pelega” e não defendia os direitos da classe.

Pela assiduidade dos trabalhadores na primeira assembleia do ano, que definiu os pontos da proposta de convenção coletiva, o presidente do sindicato acredita que os motoristas estão engajados na luta por melhorias.

“A primeira assembleia é sempre devagar, mas nós tivemos um número expressivo. O Sinttransporte nunca teve um número desses. No meu modo de pensar, pela vontade que vejo nos colegas, vai dar certo”, pondera Araújo.

A reportagem entrou em contato com o SET, que ainda não se pronunciou sobre a questão. O espaço segue aberto.

Veja algumas das propostas do SindColetivo

– Reajuste salarial e das gratificações em 15%
– Reajuste de 25% no Ticket Alimentação
– Auxílio alimentação anual de Natal no valor integral do Ticket reajustado
– Pontos facultativos como Carnaval será considerado feriado. Quem for convocado a trabalhar, terá horas extras com adicional de 100%
– Redução da jornada de trabalho dos motoristas para seis horas diárias ou 36 horas semanais, sem redução de salários e, caso o expediente ultrapasse, o valor deve ser pago como hora extra
– Intervalo intrajornada para alimentação entre 30 minutos e uma hora
– Anuênio de 3% para todos os trabalhadores
– Pagamento de abono de R$ 1 mil por função complementar ou contratação de ajudante de bordo
– Estabilidade nupcial de seis meses, inclusive união estável
– Estabilidade pré-aposentadoria de 24 meses
– Pagamento de 10% do valor de vendas realizadas pelo motorista pela modalidade “Venda a bordo”
– Ajuda de custo mensal de R$ 450 ou autorização para comercializar quatro passagens diárias dos cartões pessoais
– Renúncia de uma ação judicial na qual o SindColetivo deveria pagar R$ 50 mil ao SET por greves anteriores
– Folga extra ao motorista no dia de seu aniversário
– Descontos nos salários dos motoristas por acidentes de trânsito, multas e outros só podem ser feitos após comprovação por parte da empresa junto ao Sindicato
– Limitação das vendas obrigatórias a bordo a quatro passagens
– Obrigação de que a empresa mantenha o trabalhador vinculado à garagem mais próxima de sua casa


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