Em protesto realizado na tarde desta segunda-feira, 14, motorista de transporte por aplicativo reivindicaram a instalação de um mecanismo de segurança intitulado de botão do pânico. A carreata ocorreu após o assassinato do motorista Carlos Augusto dos Santos Lopes, de 25 anos, no último domingo, 13.
Uma reunião está agendada nesta quarta-feira, 16, entre motoristas e o comandante-geral da Polícia, na Secretaria de Segurança Pública, para discutir o tema.
“Nós não vamos parar por aqui. Vamos cobrar das autoridades. Nós vamos expor a nossa realidade. Vamos apresentar para eles a instalação do botão de pânico em todos os nossos carros. Esse botão vai ser interligado diretamente com o batalhão da polícia”, disse o vice-presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo do estado de Goiás, Wendell Oliveira Rocha.
De acordo com Rocha, o roubo do carro do motorista, que acabou resultando em sua morte, foi premeditado e ordenado de dentro do presídio.
“Foi nos relatado que os passageiros já pegaram o carro com o intuito de fazer o assalto. Não especificamente com esse motorista, mas com um carro aleatório, que seria usado na prática de crimes. Deve ser tomada alguma providência em relação à nossa segurança”, pontuou.
O vice-presidente ressalta que as plataformas não oferecem nenhum mecanismo de segurança aos motoristas de transporte por aplicativo.
“Os passageiros têm todas as informações a respeito do motorista, inclusive a foto. No entanto, nós não temos nenhuma identificação, a não ser o nome, que corre o risco de ser falso. A maioria coloca um apelido ou um nome fictício. A plataforma não cobra do usuário que eles coloquem um nome verdadeiro. Isso acaba se tornando uma facilidade para o bandido. Ele entra na internet, gera um CPF falso, cria uma conta e sai para assaltar. Depois do ato praticado, ele simplesmente exclui aquela conta e cria outra. As plataformas não têm cruzamento de dados do passageiro. Esse é o grande risco que nós corremos hoje”, inteirou.
Na descrição dos aplicativos, as plataformas informam aos profissionais o direito a um seguro de R$ 100 mil. A indenização será cobrada pelos motoristas, para auxiliar a família de Carlos Augusto dos Santos Lopes.
“Nós vamos correr atrás disso, porque a família da vítima é muito simples. Vamos atrás por eles”, afirmou.
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