O motorista Ronaldo Miranda Ribeiro foi denunciado, pelo promotor de Justiça Nelson Vilela Costa, da comarca de Morrinhos, pelo crime de homicídio culposo por duas vezes. De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), ainda foi conferido dois agravantes: “ocorrência de dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano ao patrimônio a terceiro e uso de veículos em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou seu funcional”.
Sem os agravantes, a pena para esse tipo de crime é de dois a quatro anos de detenção. Ronaldo Miranda conduzia a Land Rover do cantor Cristiano Araújo no momento do acidente, na BR-153, que vitimou o cantor e sua namorada, Allana Morais, no dia 24 de junho.
Segundo a denúncia, o motorista do cantor dirigiu de forma “imprudente, negligente e imperita”, causando a morte de Cristiano e Allana. Consta ainda que Ronaldo trafegava em alta velocidade, muito além do permitido por lei – como o próprio motorista já havia afirmado em depoimento à Polícia Civil.
Laudos
Ronaldo perdeu a direção do veículo próximo ao quilômetro 616,6 da BR-153, quando dirigia de Morrinhos à Goiânia, após a velocidade chegar a 179,3 quilômetros por hora. Com o capotamento, Allana, que não utilizava cinto de segurança, foi jogada para fora do carro. A jovem, de 19 anos, morreu na hora em virtude de uma hemorragia intracraniana.
De acordo com a denúncia, o cantor, que também não usava cinto de segurança, sofreu politraumatismo grave, múltiplas fraturas, trauma abdominal fechado, lesão de vasos sanguíneos retroperitoneais na região pélvica e lesão hepática, que originou uma hemorragia abdominal maciça e, em seguida, a morte.
Veículo
A Land Rover de Cristiano Araújo teria sido comprada dois meses antes do acidente, e que Ronaldo teria “adulterado as características originais” do veículo, substituindo as rodas de aro 21” por outras que possuíam diâmetro maior e pneus de perfil mais baixo. Isso afetou a segurança do carro quando considerada a velocidade alta e a capacidade de carga.
“Não bastasse que as rodas de aro 22” estivessem com sua estrutura comprometida por deformações e grosseiras soldas, o denunciado foi alertado mais de uma vez nesse particular, ao solicitar reparo em duas lojas que, inclusive, negaram a realização de serviços de reparo”, explicou o promotor de Justiça.
Conforme a denúncia, Ronaldo teria feito a soldagem e pintura das rodas, que foram instaladas de forma precária na Land Rover, sem a colocação de bicos de ar originais com sensores de pressão, o que caracterizou imperícia e imprudência. Um mês antes do acidente, o motorista ainda teria sido alertado sobre o perigo de trafegar com as rodas daquela forma.
De acordo com fábrica da Land Rover, o veículo perdeu o controle em decorrência de “uma combinação de fatores, tais como a alta velocidade aliada à perda súbita da pressão do pneu traseiro direito, que seja pelos reparos no aro da roda realizados anteriormente ou pelo surgimento de nova trinca”.
(Com informações do MP-GO)
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