Depois de quase sete horas de motim, nove pessoas ficaram feridas, entre elas um agente penitenciário, no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Não houve registro de fuga ou mortes.
Por volta das 19h desta segunda (16), detentos do pavilhão 2 atearam fogo em pedaços de colchões, lançando-os para os corredores. Apesar disso, diz a Seap (Secretaria de Estado de Administração Prisional), os presos continuaram dentro das celas durante todo o tumulto.
A capacidade do presídio é de 1.163 vagas. Por razões de segurança, a secretaria não informa lotação de unidades específicas. A população carcerária sob custódia da Seap é de 60.776 presos. Nas 183 unidades, o percentual de presos provisórios está em torno de 50% -atualmente, a capacidade é de 32.758 vagas.
A secretaria disse ainda que o motim atingiu outros quatro pavilhões. A Polícia Militar informou que a Tropa de Choque entrou na penitenciária para controlar o motim, encerrado à 1h30 desta terça-feira (17). O Grupo de Intervenção Rápida e o Comando de Operações Especiais, ambos da Seap, também participaram da ação, com o apoio do Corpo de Bombeiros.
Durante a contenção, segundo a secretaria, oito presos sofreram escoriações e um agente teve um corte no supercílio. Depois do tumulto, a pasta disse ainda que foi realiza vistoria nas celas.Entre as reivindicações dos detentos estavam a melhoria do tratamento aos presos e aos familiares, além da saída do diretor do presídio, Rodrigo Machado. Com os rostos encobertos com panos vermelhos, os detentos chegaram a divulgar nas redes sociais um vídeo em que pediam a saída do diretor e ameaçavam realizar um massacre no presídio.
“Diretor, senhor Rodrigo Machado vai trombar com capeta. Nós vai meter fogo ni tudo. Vai queimar, vai morrer gente. Não é brincadeira… Vai rolar sangue… Vai morrer muita gente, o massacre vai começar”, diz um dos homens.
Sobre a mudança na direção do presídio, a Seap informa que Machado foi escolhido pela secretaria e permanecerá no cargo. Por razões de segurança, a secretaria não informou sobre transferências de presos.
(FOLHAPRESS)
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