27 de setembro de 2024
Caça ilegal

Mortes de 4,6 mil animais foram publicadas em rede social por caçadores brasileiros

Destes, 19 espécies encontram-se em extinção. Foram listados, ainda, animais para consumo.
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Mais de dois mil eventos de caça no Brasil, publicados em grupos sobre o assunto. no Facebook, entre os anos de 2018 e 2020, foram encontrados por cientistas. Ao todo, o levantamento identificou 4.658 animais, de 157 espécies, incluindo ameaçadas de extinção, foram abatidos de forma ilegal.

A informação é do Fauna News, que frisa que os registros indicavam acontecimentos em todos os Estados e biomas do país e envolviam mais de 1.400 caçadores. Foram listados, ainda, animais para consumo. A estimativa, segundo a publicação, é de que tenham sido extraídas cerca de 30 toneladas de carne silvestre.

Espécies x Bioma

Os animais mais caçados são, conforme o texto: paca, pomba-avoante, pomba-asa-branca e tatu-galinha. Em extinção, há 19. Dentre eles: o cateto, queixada, anta, cujubi, jacutinga, mutum-de-penacho, jacu-de-barriga-castanha, jacupiranga, coandu-mirim e jabuti-tinga.

O bioma onde ocorreram mais eventos de caça foi a Amazônia, contabilizando 707 eventos, seguida pela Mata Atlântica, com 688, Cerrado-Pantanal, com 387, Caatinga, com 161, e Pampa, com 103.

De acordo com a Fauna News, o número levantado é considerado bem inferior ao que acontece na realidade, visto que foi um recorte de uma única rede social e envolveu somente os grupos mais vistos. A reportagem frisa existirem, ainda, caçadores que não utilizam as redes sociais para veicular imagens e vídeos de caçadas.

O estudo enfatizou que a publicação desse tipo de conteúdo torna os donos das plataformas cúmplices da caça ilegal, de acordo com a legislação brasileira. Em 2022, o Ibama multou em 2 milhões de dólares a Meta, proprietária do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, pela exposição de venda ilegal de animais silvestres. O Facebook ainda não se manifestou sobre o assunto.


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