O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) no Rio de Janeiro não terá impacto na intervenção federal em curso no estado. “A morte da vereadora não afeta a intervenção federal no Rio”, afirmou em São Paulo nesta quinta (15), após debate sobre corrupção no Fórum Econômico Mundial para a América Latina.
O ministro classificou a morte da vereadora como inominável tragédia e disse que prefere não arriscar nenhuma hipótese para o crime.
A vereadora, a quinta mais votada do Rio, era uma crítica frequente da violência policial em áreas pobres da cidade. Uma das suspeitas levantadas é a de que a Marielle teria sido morta por milícias, grupo de policiais que oferecem segurança privada e serviços como gás e TV a cabo nas favelas do Rio.
O ministro disse que é preciso fazer investigações minuciosas antes de levantar qualquer hipótese.
O carro em que estava a vereadora foi atingido por oito tiros na noite desta quarta (14). Ela, que recebeu tiros na cabeça, e o motorista morreram. Uma assessora que estava no banco de trás, Fernanda Chaves, sobreviveu e contou detalhes do crime para a polícia.
O carro do qual partiram os disparos tinha os vidros cobertos por película preta, para evitar a identificação de quem estava em seu interior.
A pasta de Jardim, o ministério da Justiça, já não controla mais a Polícia Federal, que pode atuar na investigação da morte de Marielle. Os efetivos da PF foram transferidos para o ministério da Segurança Pública, criado em 27 de fevereiro deste ano pelo presidente Michel Temer (MDB) após a tentativa fracassada de aprovar a reforma da Previdência.
Em nota, o interventor federal na segurança no Rio, general Braga Netto, se solidarizou com as famílias e amigos da vereadora. Ele afirma que “repudia ações criminosas como a que culminou na morte da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes [que dirigia o carro]” e “acompanha o caso em contato permanente com o Secretário de Estado de Segurança [o também general do Exército Richard Fernandez]”. (Folhapress)
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