Lawrence Faucette, de 58 anos, morador dos Estados Unidos e conhecido como a segunda pessoa a receber um transplante experimental de coração de porco geneticamente modificado, morreu cerca de semanas após a cirurgia. A informação foi do Centro Médico da Universidade do estado de Maryland, nos EUA, onde foi realizado o procedimento.
De acordo com o instituto, apesar de Faucette se sentir bem no decorrer do primeiro mês após a cirurgia, o coração começou a mostrar sinais de rejeição depois deste período, vindo a falecer em 30 de outubro. Ele foi internado pela primeira vez em 14 de setembro, quando mostrou sintomas de insuficiência cardíaca e foi submetido, então, ao transplante experimental seis dias depois.
Sua doença cardíaca e condições pré-existentes o tornaram inelegível para um transplante de coração humano tradicional e o próprio mostrou interesse em ajudar a ciência com a proposta. “O último desejo do Sr. Faucette era que aproveitássemos ao máximo o que aprendemos com a nossa experiência, para que outros possam ter garantida a oportunidade de um novo coração quando um órgão humano não estiver disponível”, disse em nota Bartley Griffith, responsável por fazer a cirurgia.
Já Faucette afirmou, dias antes da cirurgia, que sua única esperança real era “optar pelo coração de porco”, chamado de xenotransplante. Nas semanas que se seguiram imediatamente ao transplante, os médicos relataram que ele estava fazendo progressos significativos, inclusive participando de fisioterapia e passando tempo com a família.
Sobre o procedimento, assim como no Brasil, a fila de transplantes nos Estados Unidos é bem longa. Segundo o governo federal do país norte americano há mais de 113 mil pessoas na lista, incluindo mais de 3.300 pessoas que precisam de um coração. Um grupo denominado Donate Life America afirma que 17 pessoas morrem todos os dias à espera de um doador de órgão.
Sobre o primeiro caso do xenotransplante, foi em janeiro de 2022, também na Universidade de Maryland. A primeira cirurgia experimental foi em David Bennett, de 57 anos, que morreu dois meses após a cirurgia. Diferente de Faucette, não houve sinal de rejeição, mas insuficiência cardíaca devido a “um complexo conjunto de fatores”.
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