15 de novembro de 2024
Inusitado • atualizado em 29/05/2022 às 16:59

Morre ex-assessor de Gabriel Monteiro que depôs com colete à prova de balas no RJ

Gabriel Monteiro é acusado de estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos divulgados nas redes sociais
Vinícius Hayden Witeze havia sido ouvido por vereadores do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro três dias antes da morte. (Foto: reprodução)
Vinícius Hayden Witeze havia sido ouvido por vereadores do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro três dias antes da morte. (Foto: reprodução)

Morreu na noite de sábado, 28, o ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro (PL) que depôs na semana passada protegido por um colete à prova de balas em processo que pode decidir pela cassação do parlamentar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Vinícius Hayden Witeze morreu em um acidente de carro enquanto trafegava na estrada que liga Friburgo a Teresópolis, na região serrana do Rio, de acordo com as informações da Polícia Civil.

Na última quarta-feira, 25, vereadores do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro ouviram Vinícius Hayden Witeze, que trabalhava na produção de dossiês de outros vereadores e deputados para Gabriel Monteiro, e Heitor Monteiro, que atuava na edição dos vídeos do ex-PM.

Gabriel Monteiro é acusado de estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos divulgados nas redes sociais. Os dois ex-assessores do parlamentar relataram que estavam sofrendo ameaças após denunciarem o vereador. Vinícius Hayden Witeze chegou ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara de Vereadores, vestido com um colete à prova de balas. Um mês antes, ele já tinha relatado que recebia ameaças.

A ocorrência que resultou na morte de Vinícius foi registrada na 110ª Delegacia de Polícia, de Teresópolis. Segundo a Polícia Civil, uma testemunha que estava com a vítima disse que não houve interferência de terceiros no acidente.

“Os agentes realizaram perícia no local e tudo indica para a perda de direção do motorista ao adentrar na curva existente na rodovia. A sobrevivente foi ouvida e descartou qualquer tipo de intervenção de terceiros. Diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias do acidente”, relatou a Polícia Civil, em nota.

O vereador Gabriel Monteiro se manifestou em uma rede social sobre a morte do ex-assessor, acusando-o de cometer delitos e afirmando que ele padeceu de um acidente.

“Quem me conhece sabe que não desejo mal a ninguém. Meu ex-assessor que tinha sido pego oferecendo 600 mil reais a outro assessor para forjar provas contra mim. Que foi flagrado junto com o 02 da máfia do reboque. Morreu num acidente. É triste demais. Jamais torceria por esse fim!”, escreveu Gabriel Monteiro. “Após tentarem me forjar em estupros, pedofilias, assédios, e mil outros crimes. Vão falar que eu o matei. De coração, que ele esteja com Deus. Imagino a dor dos seus pais, pessoas maravilhosas.”, completou o vereador em outra postagem na rede.

Na última quarta-feira, 25, Vinícius Hayden Witeze e Heitor Monteiro reafirmaram as denúncias de manipulação de vídeos e uso de recursos públicos em benefício próprio na produção de conteúdo para o youtuber, segundo o presidente do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, vereador Alexandre Isquierdo. Os ex-assessores entregaram prints de conversas que mantiveram com o vereador durante o período em que trabalharam para ele.

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Vinícius relatou ao Estadão que todos os vídeos dos chamados “experimentos sociais” eram manipulados. Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que era responsável por investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Gabriel para levantar informações para serem usadas em vídeos do vereador nas redes sociais.

Heitor também relatou as acusações de assédio moral e sexual que sofreu durante o período em que trabalhou para Gabriel Monteiro. “Eu confirmei tudo aqui. Meu compromisso é com a verdade. Tudo o que eu disse na delegacia eu reafirmei aqui. Tenho recebido ameaças, vou registrar na delegacia e tenho andado com seguranças”, disse Vinícius, na última quarta-feira, 25, após depoimento que durou cerca de três horas. (Estadão Conteúdo).


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