Uma das vozes mais atuantes no Brasil na defesa das pessoas com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), a advogada Alexandra Szafir, 50, morreu por volta das 23h desta quinta-feira (3).
Ela tinha sido internada na quarta-feira (2) no HCor com insuficiência respiratória e início de pneumonia. Alexandra chegou a ser estabilizada pelos médicos, mas o quadro respiratório voltou a ter complicações e ela não resistiu, segundo informações de um de seus melhores amigos, Jorge Abdalla, presidente da Associação Pró-Cura da ELA.
“Estou muito triste, muito triste. Ela não podia nos deixar”, afirmou Abdalla.
Na semana passada, Alexandra falou com a Folha de S.Paulo sobre a falta, em todo o país, do medicamento Riluzol, o único indicado para a doença que a acompanhava havia décadas. A ELA é uma enfermidade que provoca a degeneração progressiva de neurônios, causando falência muscular e motora e dificuldades respiratórias.
Alexandra começou a sentir os impactos mais graves da doença há cerca de vinte anos, quando perdeu a capacidade de andar. Há cerca de seis anos, ela usava um respirador automático ligado a uma traqueostomia. Vivia sobre os cuidados de uma ajudante pessoal. Dedicou parte de sua carreira para defender direitos de minorias e de pessoas marginalizadas.
Para se comunicar, a advogada usava um sofisticado programa de computador que permitia a ela digitar com o auxílio dos olhos.
“Minha irmã Alexandra, a maior guerreira que conheci perdeu a batalha para essa doença nojenta que é a Esclerose Lateral Amiotrófica. Ale, obrigado por tantos bons momentos na minha vida. Te amo para sempre!!!”, escreveu o ator e empresário Luciano Szafir, irmão da advogada, em sua conta no Instagram.
O enterro da advogada será nesta sexta-feira (4) a partir das 13h, no Cemitério Israelita do Butantã.
Folhapress
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