As recentes declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro provocou um terremoto no mundo jurídico a ponto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, sugerir entregar um “aparelho de mordaça” ao chefe de estado. As informações são do jornalista Tales Faria, do Uol. “Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”.
Mello respondia à indagação do jornalista sobre as sucessivas falas do presidente da República. Na sexta-feira (26/07), em evento em Goiânia irritou-se com jornalistas e encerrou uma coletiva de imprensa que não havia nem um minuto que havia iniciado. Nesta segunda-feira (29/07) foi a vez de mirar seus olhos à OAB. Primeiro, ele falou que contaria as reais causas da morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz. “Se ele quiser eu conto a ele”, causando um alvoroço.
No começo da noite, cancelou uma reunião que teria com um premiê francês. Aproveitou para fazer uma live excepcional no tempo em que cortava o cabelo. Ali, deu sua explicação: Fernando Santa Cruz, desaparecido e preso pelo DOI-CODI, órgão repressor do governo ditatorial, na realidade, foi morto pelas mãos de correlegionários esquerdistas que por algum motivo, suspeitavam de traição. “Esse é meu sentimento”.
À pouco, nesta terça-feira (30/07) após um relatório da Comissão da Verdade vir à tona mostrando que Fernando Santa Cruz foi morto com dedos dos militares, Bolsonaro voltou a questionar: “Vocês acredita em Comissão da Verdade?”, indagou.
Para Marco Aurélio Mello, talvez a solução para que o presidente deixe de causar constrangimentos a si próprio seja bastante heterodoxa: “No mais, apenas criando um aparelho de mordaça”, sugeriu.
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