12 de setembro de 2024
FALTA DE ENERGIA • atualizado em 28/04/2024 às 12:33

Moradores da comunidade São Domingos relatam prejuízo de R$ 100 mil devido à falta de energia

Contabilizando 10 dias sem energia elétrica, Equatorial reconhece que as chuvas são as causadoras do problema
Morador fala em prejuízo tanto para a propriedade como pessoal. (Foto: Kléber Gomes)
Morador fala em prejuízo tanto para a propriedade como pessoal. (Foto: Kléber Gomes)

A comunidade rural de São Domingos, localizada a 58km de Catalão, voltou a denunciar a falta de energia elétrica na região. Segundo Kléber Gomes, morador e proprietário rural, o problema com a Equatorial Goiás vem se arrastando há dois anos, desde novembro de 2022, relatando que em meses do ano passado chegou a ficar 500 horas sem energia.

“Quando ela [energia elétrica] se restabeleceu, eu tive um problema, vários equipamentos da minha propriedade queimaram. A Equatorial já me deu um prejuízo de aproximadamente R$ 100 mil, queimou bomba de poço artesiano, duas TVs de LED, toda a minha luminária e todas as câmeras da fazenda, todos os DVRs [Digital Video Recorder]”, afirmou.

Agora, Kléber fala que está a 10 dias sem energia elétrica e que teve que descartar alimentos como 4 mil litros de leite e um freezer cheio de carne. Sobre os protocolos abertos junto a Equatorial, o proprietário rural diz que tem ao menos 1.200.

Por meio de nota enviada ao Diário de Goiás, a Equatorial afirmou que a região de Catalão sofreu com um forte temporal no último final de semana, reconhecendo a falta de fornecimento de energia elétrica para alguns clientes. “Assim que os estragos foram registrados, técnicos iniciaram imediatamente as atuações para atender os clientes afetados pela tempestade. Ciente da necessidade de um atendimento ágil e de qualidade, a concessionária reforçou a quantidade de equipes nas ruas para o atendimento emergencial dos casos que surgiram em função da chuva intensa”, ressaltou.

Idas e vindas da energia

De acordo com Kléber, a dois anos a energia elétrica cai ao menos 3 vezes na semana, ficando em média 40 horas sem o recurso. Sobre os 10 dias sem energia, o morador da comunidade diz que foi restabelecida no sábado, mas acabou no domingo e permaneceu até a quinta-feira (7).

“Restabeleceu no sábado, um período de seis horas, acabou no domingo. Hoje é quinta-feira, hoje que ela voltou a funcionar. Não tem mais para onde correr, você vai na unidade Equatorial aqui em Catalão e as meninas só falam ‘sinto muito’ que elas estão passando para frente a informação, mas que não podem fazer nada”, diz, afirmando estar “sofrendo muito”.

Ele afirma que dentre os prejuízos causados pelas quedas de energia elétrica está a demissão dos funcionários da fazenda, que decidiram voltar para a cidade, além de 200 vacas no confinamento que ficaram aproximadamente seis dias com sede. “Buscamos água no balde no córrego para pôr no tanque dessas vacas. Hoje os funcionários resolveram pedir demissão, estão indo embora da fazenda por culpa da Equatorial”, relata.

A reclamação central de Kléber, além da falta de energia elétrica, diz respeito a falta de posicionamento da Equatorial Goiás em relação ao problema. “Ninguém da Equatorial fala com a gente. Eles devem ter ido lá em casa mais ou menos umas 200 vezes nesses dois anos e não resolvem o problema da rede nem da unidade consumidora. Isso eu estou falando em nome de uma comunidade”, reclama.

A Equatorial, entretanto, diz que o problema está sendo tratada com prioridade pelos profissionais que atuam mesmo com as dificuldades, como por exemplo porteiras fechadas, estradas com lama, carros atolados e redes dentro de matas fechadas.

“A companhia salienta que nesta quinta-feira (7), o cenário na região é de normalidade nas ocorrências, e que não constam no sistema registros de clientes sem o fornecimento por vários dias. Os casos de reincidência, considerados pontuais, estão sendo atendidos com a sua devida atenção, já que a rede segue com impactos de uma instabilidade no clima, como galhos de árvores arremessados contra os fios de energia”, diz.

Reembolso

Segundo Kléber, foi aberto um processo para reposição dos valores, mas que o processo foi negado. Além disso, solicitou a retirada do equipamento queimado, mas o pedido também foi negado.

“Abrimos um processo para reposição dos valores. Eles foram na fazenda, fizeram vistoria de todo o equipamento e ofereci para eles levarem o equipamento embora porque era lixo, sucata. Queimou tudo, televisão, câmera, iluminação e geladeira. Eles falaram que não podiam recolher a sucata e que já estava vistoriado, que não poderiam receber. Deixou o laudo assinado, entramos com eles no site, mandamos toda a documentação, todo o orçamento e o processo foi negado. Eles não quiseram reembolsar a gente, prejuízo de aproximadamente R$ 100 mil.

Entretanto, a Equatorial informou ao DG que os prejuízos financeiros são ressarcidos mediante a pedido do cliente nos canais de atendimento da companhia com evidências de dano. “Os casos são avaliados individualmente, conforme Resolução 1.000 da ANEEL e, uma vez comprovado o nexo causal com a o sistema elétrico, a Companhia realiza o ressarcimento. Para acesso ao serviço, esclarecimento e orientação, o cliente pode entrar em contato com a empresa por meio dos canais oficiais”, finalizou.


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