A última testemunha de acusação indicada pelo Ministério Público, Daniel Guerra Ferreira, agente da Polícia Federal, iniciou seu depoimento já desestabilizado pela defesa. O primeiro a questionar foi o advogado de Wladimir Garcez, Ney Moura. Ele indagou quais são as funções de um policial federal. O depoente não soube responder. Nervoso, fez alegações distintas à mesma pergunta repetida por advogados diferentes.
A insegurança deu margem para questionamentos que atingiam, indiretamente, o orgulho da testemunha. “Como não sabe quais são as prerrogativas de um policial federal, se for designado para uma operação ilegal executará?” Questionou o advogado, deixando implícito uma afirmação de que a Operação Monte Carlo teria fugido dos parâmetros legais.
Os advogados, e os réus, evidenciavam sorrisos irônicos durante o depoimento.
Ney Moura chegou afirmar que o sistema da PF parece ser “despreparado e sem embasamentos jurídico”.
Daniel Guerra não confirmou nenhum relacionamento de Cachoeira com Queiroga Neto e Raimundo Queiroga. Ainda em sua fala, o agente afirmou que Idalberto Matias, o Dadá, desempenha a função de fechamento das casas de jogos ilegais concorrentes às de Carlos Cachoeira, negociando, para isso, com policiais civis que colaboravam com o esquema.
O dinheiro seria viabilizado pelo contador de Cachoeira, Geovani Pereira, que repassava para o gerente, Lenine Araújo, que, por sua vez, entregava ao Dadá para a realização dos negócios.
Daniel Guerra entrou em contradição em diversos momentos. Um deles, ao responder à defesa que não se recordava de pagamentos de Idalberto para agentes públicos, mas para o juiz chegou a citar três policiais civis pagos por Dadá.
O Dr. Genuíno Lopes, advogado de Dadá, tentou anular o discurso da testemunha alegando incerteza nas afirmações. “Se o senhor não se recorda direito, não pode afirmar.”
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