A ordem de prisão do ex-presidente Lula nesta semana surpreendeu policiais federais, segundo Luis Boudens, presidente da federação nacional da categoria.
Boudens disse em Curitiba que surpreendeu a celeridade da decisão, que era aguardada para as próximas semanas.
O policial lembra que um dos motivos foi a iniciativa ter partido do relator substituto da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Nivaldo Brunoni. O titular, João Pedro Gebran, que dirige o caso de Lula na corte, está de férias.
“Para as providências policiais, o ideal seria que [a prisão] fosse no tempo que a gente estava prevendo. Aguardar o relator original e todas as providências que a gente vinha analisando”, diz Boudens.
O policial, porém, falou que o planejamento já vinha sendo feito, uma vez que “a Operação Lava Jato tem quatro anos”.
Ele se reuniu na tarde desta sexta-feira com a Superintendência da PF no Paraná para discutir como será a custódia do ex-presidente no local. Uma das preocupações da categoria é com as atividades cotidianas da corporação no local, como o atendimento de cidadãos que providenciam passaportes.
Ele diz que foi discutida a “longevidade” da permanência do ex-presidente. “Os policiais federais tem que estar com disposição permanente, com equipes preparadas para todo tipo de situação.”
Durante todo o dia, o movimento na superintendência da PF foi normal. Cidadãos que buscavam os passaportes entraram no prédio da PF passando em meio a manifestantes que comemoravam a ordem de prisão de Lula.
Há outros presos da Lava Jato no local, como o ex-ministro Antonio Palocci.
Um dos motivos da reunião, falou, foi estabelecer um “efetivo adequado” para a situação, segundo o policial.
Sobre o esgotamento do prazo dado para Lula se apresentar, o policial disse que a ideia não é “dar o cumprimento de mandado a qualquer custo” e que não haverá “atitude açodada”.
“Se houver multidão [impedindo a prisão de Lula], há várias formas de fazer tratativas, sem confronto, sem que haja imediatismo.” (Folhapress)
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