Após uma hora de sessão no TSE, a exposição de Herman Benjamin, que foi interrompida na sessão de quarta-feira (7), ainda não foi retomada. Os ministros debatem a questão preliminar levantada pelas defesas, de inclusão da delação da Odebrecht no caso, mas não há uma definição se esse tema específico será votado no plenário agora.
Até agora, 3 dos 7 juízes indicaram apoiar a inclusão de depoimentos de ex-executivos da Odebrecht no processo: o relator, Herman Benjamin, Luiz Fux e Rosa Weber. Outros três sustentaram, em tom de crítica, que, se a Odebrecht entra na ação, a delação da JBS também poderia entrar: Gilmar Mendes, Admar Gonzaga e Napoleão Maia. O sétimo ministro, Tarcisio Neto, ainda não falou especificamente a respeito.
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A ministra Rosa Weber, que também é juíza do STF (Supremo Tribunal Federal), citou Elis Regina e disse que o voto do relator deve ser ouvido antes de outras questões.
Ela também afirmou que a Constituição estabelece que só “provas ilícitas devem ser retiradas de um processo” e afirmou que “tortura” é um exemplo. É uma tese próxima à do relator Herman Benjamin.
Weber discorda de que depoimentos de executivos da Odebrecht sejam evidências irrelevantes e afirmou que uma prova que não tenha relação com o objeto inicial da ação não é, necessariamente, inadmissível.
Luiz Fux, vice-presidente do tribunal, defendeu um ponto de vista próximo ao do relator do caso, Herman Benjamin. Para Fux, a corte não pode deixar de “passar a limpo fatos gravíssimos que contaminaram o processo eleitoral”, em provável referência à delação da Odebrecht, cuja inclusão no processo provoca polêmica. O ministro também disse que houve ampla possibilidade de defesa, já que os advogados apresentaram memoriais de mais de 200 páginas.
“A petição inicial apontou a existência de um tumor. A ecografia, a de um câncer. E a cirurgia abdominal mostrou que, na verdade, o quadro é de metástase”, disse Nicolao Dino, vice-procurador eleitoral, também defendendo a manutenção das provas produzidas após a petição inicial da ação.
Napoleão Maia adotou o mesmo argumento usado por Gilmar Mendes nesta quarta-feira (7) e questionou por que a delação do frigorífico JBS não deveria ser incluída na ação, assim como foi a da Odebrecht. Luiz Fux diz que a delação da JBS pode ser incluída em um novo processo na Justiça Eleitoral.
O ministro Admar Gonzaga, que foi efetivado no tribunal por Michel Temer em abril, também disse que, com a inclusão dos depoimentos da Odebrecht, a delação do frigorífico JBS também teria que entrar na ação. Afirma que a legislação não dá direito ao julgador de “amplificar” o foco da ação.
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