22 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:26

Ministro quer regra para liberar vacina a todos após novas campanhas

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta terça-feira (6) que a pasta irá discutir uma “regra permanente” para que novas campanhas de vacinação tenham um prazo fixo para imunização de grupos prioritários. Em seguida, a vacina seria liberada para toda a população.

A medida será apresentada ainda neste mês à CIT (comissão intergestores tripartite), composta por secretários estaduais e municipais de saúde, e que define novas ações a serem adotadas no SUS.

Assim, caso não atinja a meta de vacinação do público-alvo no prazo previsto, como ocorreu com a campanha de imunização contra a gripe neste ano, a vacina passa a ser ofertada a todas as faixas etárias.

“Queremos que isso se torne uma política permanente nossa. Haverá prazo para o público-alvo, e terminado o prazo, a vacina fica disponível para todos. Já perdemos milhões e milhões de doses de vacina anteriormente por ficar prorrogando campanhas e atingir um público-alvo que não se apresenta”, afirmou.

A iniciativa ocorre em meio à polêmica sobre a liberação da oferta da vacina da gripe para a população que não faz parte do grupo prioritário, formado por pessoas com maior risco de complicações e mortes devido à gripe.

Fazem parte desse grupo idosos, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, entre outros.

Sem atingir a meta de vacinar até 90% do público-alvo, a campanha, inicialmente prevista para terminar em 26 de maio, foi prorrogada até dia 9 deste mês.

Na última sexta-feira (2), porém, o ministro anunciou que os estoques ainda disponíveis da vacina -cerca de 10 milhões de doses- poderiam ser ofertados nas unidades básicas de saúde para todas as faixas etárias.

A medida recebeu crítica de especialistas, para quem, com a liberação de poucas doses para toda a população, há risco de faltar vacina para pessoas que fazem parte dos grupos mais vulneráveis à gripe e ainda não foram vacinadas.

Em São Paulo, a secretaria estadual de saúde anunciou que iria manter a vacinação apenas para os grupos prioritários. Medida semelhante foi adotada por outros Estados, como o Paraná, que anunciou que irá estudar uma possível ampliação apenas após o fim da campanha, na sexta-feira (9).

Questionado, o ministro afirma que os Estados e municípios têm autonomia para tomar decisões. Para ele, porém, a liberação é “adequada”.

“A vacina da gripe tem que ser aplicada antes do inverno chegar”, afirma. “Defendo que não percamos vacinas.”

Segundo o ministério, a orientação é que, nos Estados que aderiram à liberação, pessoas que fazem parte dos grupos de maior risco para a gripe, como idosos, tenham prioridade na fila para receber a vacina. (Folhapress)

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