O ministro Napoleão Nunes Maia Filho concluiu seu voto, afirmando não dar por provada a imputação aos réus na ação. “Em razão disso, senhor presidente, voto pela improcedência total dos pedidos nas ações”, disse.
Com isso, ficou empatado o julgamento, já que o voto do relator Herman Benjamin foi pela cassação da chapa Dilma Rouseff/Michel Temer.
“Tem de preservar o mandato, tem de preservar a soberania, tem que assegurar a administração de quem ganhou a eleição”, disse Maia Filho em seu voto.
O ministro abriu seu discurso fazendo críticas à imprensa e aos vazamentos de notícias sobre delações premiadas que o citam. Ele disse que é preciso “dar um freio nisso ou não vai ter bom fim”.
Napoleão afirmou que recebeu nesta manhã uma pergunta de um pastor da igreja que frequenta sobre a aparição de seu nome na delação da OAS, segundo reportagem publicada pelo jornal “Valor Econômico”. Transtornado, ele disse desejar a detratores a “ira do profeta”. Na sequência, fez, com uma das mãos próxima ao pescoço, o gesto de degola.
Mais cedo, seu filho foi barrado na entrada do TSE com um envelope em mãos, o que virou notícia. Irritado, o ministro explicou que o familiar trazia fotos de sua neta e que não pode entrar porque não estava trajado adequadamente, de terno e gravata.
O ministro também foi citado na delação da JBS. Assim que acabou seu desabafo, com o rosto bastante vermelho, recebeu a solidariedade de colegas, que se levantaram para abraçá-lo. Gilmar Mendes determinou a paralisação do julgamento por cinco minutos por causa do episódio.
Apesar de parecer pouco plausível a explicação do que havia dentro do envelope entregue pelo filho -fotos impressas da neta-, Napoleão foi sabidamente analógico: seu celular não é um smartphone, só faz e recebe chamadas. (Folhapress)
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