O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a abertura de inquérito para apurar se políticos com foro privilegiado participaram de uma organização criminosa no governo do Mato Grosso para desviar recursos públicos de obras e serviços.
O pedido de inquérito foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) a partir da delação do ex-governador, Silval Barbosa (PMDB).
Fux levantou o sigilo do material da delação de Silval, que se tornou pública nesta sexta (25).
Ele atendeu a pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot.
Segundo Janot, “a imprensa vem divulgando paulatinamente as informações, o que pode causar gravames as pessoas que são citadas, ante a ausência de contextualização das declarações dos colaboradores”.
Conforme a Folha de S.Paulo antecipou, Silval disse que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado.
A reportagem também antecipou que a delação de Silval havia sido homologada por Luiz Fux.
Silval Barbosa, 56, era vice de Blairo Maggi, ministro da Agricultura do governo Michel Temer. Substituiu o governador, que se afastou para concorrer ao Senado, e venceu a eleição de 2010.
Ele foi preso preventivamente em setembro de 2015 na Operação Sodoma. Em junho de 2017, Silval conseguiu o direito de cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Ele não pode se comunicar com outros réus da Sodoma ou testemunhas do caso.
Apelidada de Lava Jato pantaneira, a Sodoma apura desvio em compras de terrenos, fraude em licitações e propina para cobrir custos de campanha. (Folhapress)
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