23 de dezembro de 2024
Brasil

Ministro do Esporte diz que extinção da pasta seria retrocesso

Ministro do Esporte, Leandro Cruz. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ministro do Esporte, Leandro Cruz. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DEMÉTRIO VECCHIOLI – SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Com Jair Bolsonaro (PSL) eleito presidente da República, o setor esportivo começa a se mobilizar contra a proposta citada diversas vezes por aliados próximos ao capitão reformado: transformar o Ministério do Esporte em uma secretaria dentro do Ministério da Educação, que também incorporaria a Cultura. Entre as vozes contrárias a esta medida está o atual ministro do Esporte, Leandro Cruz.

“Eu sou contra a extinção do Ministério do Esporte. Nesses 16 anos de Ministério do Esporte a gente teve grandes avanços pro esporte brasileiro. Você saiu de um esporte que era um negócio quase que amador no Brasil para hoje ser feito em um nível profissional. A gente corre o risco de ser um grande retrocesso. Espero que o futuro presidente não tenha isso entre seus planos”, disse o ministro, em entrevista por telefone à reportagem.

Ligado ao ex-ministro Leonardo Picciani (MDB-RJ), de quem foi assessor e a quem substituiu no Ministério, Cruz rebateu a tese, defendida por aliados de Bolsonaro, de que a extinção do Ministério do Esporte como uma pasta independente permitiria uma economia aos cofres públicos.

“Eu queria saber quanto que vai se economizar, porque não faz sentido. Vai ter que continuar tendo um prédio, para os funcionários do ministério ou da secretaria. Vai continuar tendo funcionários. Vai continuar tendo que prestar contas aos órgãos de controle. Cada real que sair do MEC para esporte vai ter que prestar contas. Não vai ser o funcionário que já presta contas do MEC, vai ser um funcionário novo”, argumenta.

O Esporte passou a ser um ministério em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à Presidência. Antes, pulou de pasta em pasta, ficando a maior parte da sua história como secretaria da Educação. Desde então, o setor se profissionalizou. “É só ver a confiança que temos nos nossos comitês, as estruturas que ficaram inclusive nas Forças Armadas, o conhecimento. Tudo isso seria impossível sem a existência do Ministério do Esporte. O esporte é um tema importante demais para ser um subtema de algum ministério”, continua.

O ministro, que assumiu o cargo em abril, depois de atuar como secretário-executivo, avalia que a transformação do esporte em secretaria faria mal à sociedade. “Essa economia na ponta do lápis é um prejuízo para o esporte brasileiro e não é uma economia para a nação”, opina. (Folhapress) 

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