O impasse em relação à tabela de frete para o transporte rodoviário de carga ainda não tem data para terminar e causa “imenso” prejuízo para o agronegócio, de acordo com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
“Não há previsão. Eu gostaria muito que acontecesse hoje à tarde, que destravasse o país, mas não é assim que tem acontecido”, afirmou nesta terça-feira (12), após ser questionado sobre a publicação de uma nova versão do documento.
A publicação da tabela mínima de frete foi prometida pelo governo do presidente Michel Temer aos caminhoneiros como uma das medidas do acordo que colocou fim à paralisação da categoria. O Palácio do Planalto, contudo, está com dificuldade de cumprir a medida.
A primeira versão do texto foi publicada no dia 30 de maio e desagradou o setor produtivo, porque estabelecia preços que, em alguns casos, chegavam a quase três vezes o preço que era praticado antes.
Foi depois da reação da indústria e do agronegócio que a ANTT (Agêncial Nacional de Transportes Terrestres) publicou uma nova tabela na última quinta-feira (7).
Quatro horas depois da publicação, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, recebeu, de última hora, representantes dos caminhoneiros e anunciou que o documento seria revogado.
Está em vigor, portanto, a primeira versão do texto -que já está sendo questionada na Justiça pelo setor produtivo.
“O prejuízo para o agronegócio está sendo imenso. Muitas mercadorias estão paradas”, disse Blairo Maggi. “As exportadoras estão atrasadas em 11 dias, e deveriam ser transferidas para os portos 450 mil toneladas de produtos por dia. Temos aí mais de 60 navios atrasados.”
O ministro admitiu ser pessoalmente contra a existência de uma tabela mínima de frete, mas disse que defende a decisão tomada pelo governo. “Particularmente, entendo que não [deveria ser adotada a tabela], o mercado deveria ser livre”, disse.
“O que está acontecendo neste momento é que não está se chegando a um valor técnico, está se discutindo um valor arbitrado pelos motoristas ou companhias”, disse Blairo Maggi.
No fim da semana passada, o Palácio do Planalto já admitia a chance de a tabela de frete ser extinta e torcia para uma saída judicial para o assunto.
A agência reguladora informou, por meio de nota, que continua conversando com os caminhoneiros e os setores envolvidos com a questão. “A ANTT segue empenhada em encontrar uma solução que harmonize os interesses de produtores, transportadores e sociedade.” (Folhapress)
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