O ministro da Educação, Victor Godoy, terá de prestar esclarecimentos sobre os últimos cortes de recursos em universidades e institutos federais realizados pelo Governo Federal. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou o requerimento e marcou a audiência para a próxima quarta-feira (14/12).
“A situação é muito preocupante nas instituições de todo o país. Universidades informaram que não têm recursos sequer para pagar contas básicas, como água e energia”, afirma o autor do requerimento, deputado federal Elias Vaz (PSB).
Vaz também lembra que os cortes atingem em cheio as bolsas universitárias e auxílio para os estudantes mais carentes. “Acabo de ver o relato de um jovem que não tem R$1 por dia pra se alimentar. O que o governo Bolsonaro está fazendo é revoltante”.
A situação pode afetar até mesmo a situação dos hospitais universitários. Levantamento da equipe de transição do presidente eleito Lula aponta que são 30 unidades no país, com cerca de 14 mil médicos residentes bolsistas. “Quando o governo retira recursos das universidades e institutos federais, não prejudica só a comunidade acadêmica, mas toda a sociedade, que se beneficia dos projetos, das pesquisas e do atendimento oferecido pelas instituições”, destaca o parlamentar.
O assunto tem desdobrado uma série de impactos aos professores e estudantes das universidades. Por meio de nota, a Universidade Federal de Goiás destacou a nebulosidade do assunto. “Estamos de mãos atadas, estarrecidos, aguardando alguma decisão por parte do Ministério da Economia que reverta, o quanto antes, esta absurda situação”, pontuou.
Já os estudantes de cursos de pós-graduação ameaçam paralisar e entrar em greve geral diante do cenário. Com o corte, mais de 200 mil alunos bolsistas do mestrado, doutorado, residência e iniciação científica da graduação ficarão sem renda no mês de dezembro.