10 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:58

Ministério quer encerrar investigação em frigoríficos em até três semanas

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou nesta terça-feira (21) que pretende encerrar em até três semanas as investigações nos 21 frigoríficos pegos pela operação Carne Fraca da Polícia Federal.

A prioridade é liberar as seis unidades (dentro do grupo de 21) que realizaram exportações nos últimos 60 dias.

O ministério informou ainda que há três unidades sob investigação que estão proibidas de vender inclusive para o mercado brasileiro. São duas da Peccin no Paraná e uma da BRF em Goiás.

“Acreditamos que o auto-embargo será suficiente para resolver o problema”, disse o ministro durante uma visita ao frigorífico da Seara na cidade de Lapa, no interior do Paraná.

Controlado pelo JBS, o frigorífico não teve desvios sanitários. O problema na unidade, segundo o ministro, foram os supostos casos de corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e a empresa na expedição dos certificados de exportação.

A unidade de Lapa só processa frangos, produz anualmente cerca de 140 mil toneladas e exportou em 2016 cerca de 60 mil toneladas para a China.

A China é um dos maiores importadores de carne brasileira. No ano passado, o país respondeu por cerca de 12% das vendas externas nacionais, que totalizaram US$ 14 bilhões.

O secretário de Agropecuária do ministério, Luiz Rangel, afirmou que enviará ainda nesta terça os documentos e esclarecimentos solicitados pelas autoridades chinesas para que as mercadorias que hoje estão barradas nos portos daquele país sejam liberadas.

Segundo Rangel, o governo chinês quer saber quais são os lotes de produtos exportados para a China a que se referem os casos relatados pela PF.

Das 58 fábricas que exportam para a China, somente a de Lapa foi suspensa pelo governo. No entanto, a unidade continua liberada para as vendas locais.

“Não há risco sanitário”, disse Blairo Maggi.

O ministro afirmou que o bloqueio dessas 21 unidades para exportações é uma forma de mostrar aos importadores que existe “cautela” e “responsabilidade”.

“Para nós, não há diferença entre consumidores, brasileiros ou estrangeiros. Mas não precisamos suspender as vendas internas, porque não há problemas sanitários”, disse Maggi.

O ministro reforçou que as medidas de auto-embargo são uma forma de evitar as suspensões automáticas dos importadores. O Chile, que tinha ameaçado suspender temporariamente suas importações de carne do Brasil, voltou atrás depois de um telefonema de Blairo Maggi para o ministro chileno da Agricultura, na manhã desta terça.

O Chile é um dos dez maiores compradores de carne brasileira. No ano passado, importou US$ 441 milhões.

Egito e Hong Kong pediram explicações ao governo brasileiro nesta terça. EUA, União Europeia e China devem ser os próximos a receberem os documentos com os esclarecimentos.

Visita

A visita do ministro ao frigorífico de frangos da Seara com os secretários e fiscais do Ministério da Agricultura foi uma forma de mostrar que “não há risco de saúde e de qualidade da carne produzida naquela unidade”.

A agência de notícias Xinhua esteve na comitiva de jornalistas que acompanhou o ministro.

Blairo Maggi fez questão de reforçar que na área de embutidos era impossível misturar papelão na carne processada para fazer linguiça.

A empresa está sob fiscalização, que deve ser concluída até o final desta semana. Representantes da Seara ficaram sabendo da visita do ministro na tarde de segunda. (Folhapress)

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