12 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:15

Ministério Público denuncia seis por chacina em Colniza

O MPE-MT (Ministério Público do Estado de Mato Grosso) formalizou nesta segunda-feira (15) denúncia contra um madeireiro e cinco homens acusados de terem planejado e executado a chacina que matou posseiros e trabalhadores rurais em Colniza (MT).

Os seis são acusados de formação de milícia privada conhecida como “encapuzados” e homicídio qualificado. A motivação do crime, cometido em 19 de abril, seria extrair madeira da área em disputa e em seguida apossá-la.

Apontado como mandante, Valdelir João de Souza, o “Polaco Marceneiro”, é dono de duas madeireiras em Machadinho D’Oeste (RO), a cerca de 230 km de terra da agrovila Taquaruçu do Norte, região da chacina. Ele está foragido.

Souza tem uma área de manejo florestal vizinha à área tomada pelos posseiros, que ocupam cerca de 20 mil hectares divididos entre 120 famílias. Apenas uma área, de cerca de 3,6 mil hectares, seria do interesse de Souza.

As duas empresas de Souza, Cedroarana e G.A. Indústria, Comércio e Exportação de Madeiras, têm um longo histórico de problemas com o Ibama, segundo levantamento feito a pedido da reportagem. Desde 2007, foram dez multas por irregularidades, num total de R$ 898,8 mil.

Na lista do denunciados, aparece também o ex-PM de Rondônia Moisés Ferreira de Souza, que tem um mandado de prisão por suposta participação na morte de dois sem-terra em Cujubim-RO, em janeiro do ano passado. Ele também está foragido.

Até agora, apenas dois dos seis acusados estão presos. Segundo a denúncia, o empresário conseguiu fugir de uma campana policial feita na sua casa, em 30 de abril.

A chacina de Colniza foi o episódio mais grave de violência no campo desde 1996, quando 19 sem-terra foram mortos no massacre de Eldorado do Carajás (PA). (Folhapress)

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