O Ministério da Saúde está analisando a proposta apresentada pela Prefeitura de Goiânia para a construção de quatro novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na capital. A ampliação, considerada ousada pelo próprio governo federal, ainda depende de um estudo técnico em andamento entre as equipes municipais e federais.
Segundo Nilton Pereira Júnior, diretor de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, o município já iniciou tratativas com a pasta para discutir o modelo de reorganização da rede de urgência.
“O município nos procurou, nossa equipe técnica já está fazendo o estudo junto com o município”, afirmou em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares.
Nilton explica que Goiânia possui atualmente os Centros de Atenção Integral à Saúde (CAIs), que funcionam com atendimento misto, combinando urgência e serviços ambulatoriais. A proposta de transformar parte da rede para UPAs exigiria uma revisão completa do plano de urgência e emergência. “Existem hoje lá os CAIs que fazem um atendimento misto de urgência e de ambulatório. A UPA é para exclusivamente atender urgência e emergência. Então, tem que fazer uma reorganização do plano de urgência e emergência”, destacou.
Reestruturação em análise
O diretor afirma que o Ministério está apoiando a prefeitura tanto no desenho da proposta quanto na análise dos investimentos necessários. “Nossa equipe está apoiando o município a construir essa reestruturação. Assim que o plano estiver pronto, o município vai fazer a parte dele e vai colocar para a gente qual é o valor que eles precisam para o investimento, que nós vamos fazer a avaliação”, explicou.
Nilton também confirmou o interesse da pasta em contribuir financeiramente, desde que o plano final atenda aos critérios técnicos. “A gente está apoiando tecnicamente e temos interesse em apoiar financeiramente de acordo com o plano que foi apresentado pelo município.”
Quantas UPAs Goiânia realmente precisa?
Apesar da intenção da prefeitura de criar quatro novas unidades, o Ministério da Saúde afirma que ainda não é possível determinar se esse é o número adequado para o perfil da capital. “Hoje, do jeito que está, não dá para falar quantas UPAs ela precisa. Tem que fazer um redimensionamento”, disse o diretor.
Nilton reforça que a existência dos CAIs interfere diretamente no cálculo da necessidade real de UPAs. Caso os perfis de atendimento sejam alterados, novas unidades podem ser necessárias, dependendo da região. “O CAIs preenche um vazio. Se for mudar o perfil do CAIs, a gente tem que recolocar a UPA dependendo da região. Então, por isso que hoje nós não temos essa decisão técnica”, completou.
O Ministério da Saúde deve aguardar a conclusão do plano municipal para definir o apoio financeiro e operacional à expansão da rede de urgência em Goiânia.
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