Desde quinta-feira (29) os mineradores de subsolo da Usina Serra Grande, situada no município de Crixás, 330 Km da capital, estão paralisados. Eles se queixam de insegurança sanitária no interior da mina, devido a altas temperaturas. Segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores também reivindicam direitos que outros setores têm, como inserção em um programa de participação nos lucros e resultados.
Desde que iniciou, a paralisação contou com um único turno a descer na mina, o que ocorreu neste sábado, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Extrativas do Vale do Rio Crixás, João Luís Antunes Araújo. Ao Diário de Goiás ele explicou que foi uma forma de haver uma mesa de negociações.
Mineradores fazem paralisação em Crixás e citam ambiente muito quente
Conforme o sindicalista, as frentes de trabalho estão enfrentando um ambiente muito quente no interior da mina. “[Está] acima do normal permitido pela legislação trabalhista, com temperaturas no interior da mina variando de 34º, 33,5º a 33,3º’, afirmou. Os mineradores então reivindicam a melhoria da ventilação no subterrâneo.
Participação nos lucros
Outra insatisfação apontada por João Luís é que os profissionais da área administrativa teriam direito ao programa de Participação nos Lucros e Resultado (PLR) enquanto os trabalhadores mineiros não estariam recebendo. “O povo que desce na mina e manda o minério para cima precisa ter direito ao PLR”, defende.
Na noite de sexta-feira houve uma reunião entre os representantes dos trabalhadores e a direção da empresa. Mas, segundo João Luiz, não houve acordo. Mais tarde ele divulgou a convocação de assembleia-geral extraordinária da categoria para segunda-feira, 4, a respeito do movimento grevista.
Mineradora se manifesta
Sobre a reivindicação por mais ventilação no subterrâneo, a proprietária da Usina Serra Grande AngloGold Ashanti informou em nota que obedece às normas e parâmetros de segurança exigidos pela legislação. “Além de utilizar as melhores práticas para garantir o bem-estar dos empregados que trabalham no subsolo”, afirma a nota.
Já sobre a reivindicação de participação nos lucros, ela informa que as metas que direcionam o programa não foram atingidas e por isso não houve o pagamento do PPR.
Leia a íntegra da nota da mineradora
A AngloGold Ashanti informa que o Programa de Participação nos Resultados (PPR), acordado entre empresa e empregados, é baseado em regras e metas estabelecidas para o seu recebimento. Durante todo o ano, a empresa divulga junto aos seus empregados os resultados alcançados. Infelizmente, as metas da diretoria de Operações da Serra Grande não foram atingidas no ano de 2023, acarretando o não recebimento da PPR.
Sobre as condições de trabalho, a empresa afirma que aplica, em suas operações, todas as normas e parâmetros de segurança exigidos pela legislação. Além de utilizar as melhores práticas para garantir o bem-estar dos empregados que trabalham no subsolo. Desta forma, reafirma que a segurança é um valor inegociável para a nossa empresa.
A AngloGold reitera seu compromisso em manter uma comunicação transparente e aberta com todos os envolvidos. A empresa segue à disposição para esclarecer qualquer dúvida adicional e se mantém comprometida a trabalhar em estreita colaboração com seus empregados para superar os desafios e buscar oportunidades de melhoria contínua em suas operações.
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