09 de setembro de 2024
Brasil • atualizado em 12/02/2020 às 23:50

Minas Gerais: 62 milhões de m³ de rejeitos foram liberados com rompimento, segundo mineradora

Rompimento das barragens aconteceu na quinta-feira (5). (Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros)
Rompimento das barragens aconteceu na quinta-feira (5). (Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros)

Em entrevista concedida pela empresa responsável pelas barragens rompidas em Minas Gerais, nesta sexta-feira (6), foi informado que 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram liberados no meio ambiente. O número corresponde à possibilidade de encher 24.800 piscinas olímpicas.

De acordo com o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, os rejeitos não são tóxicos e não devem trazer nenhuma consequência além da destruição nos locais onde a onda de lama está causando desde o rompimento das duas barragens no distrito de Bento Rodrigues. A lama é composta, em sua maioria, de sílica e água.

Para o especialista em análise de risco e analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais, André Naime, ainda é cedo para calcular o impacto ambiental do fato na região.

“O rejeito do minério de ferro é normalmente considerado de baixo potencial poluidor e a sílica é inerte e realmente não representa dano à saúde humana”, explicou André Naime.

No entanto, descargas descontroladas de substâncias podem afetar a qualidade do meio ambiente. “O vazamento acarretou soterramento de vegetação, áreas de mananciais e carreamento de sedimentos e assoreamento de corpos hídricos, além dos prejuízos às populações afetadas, impactos evidentes até mesmo pelas imagens”, afirmou o especialista.

A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), responsável pelo licenciamento das estruturas, classificou as duas barragens de rejeitos como classe 3. Ou seja, apresentam “alto potencial de dano ambiental”. Para fazer a classificação, é levada em consideração a altura do maciço, volume do reservatório, interesse ambiental na área a jusante – sentido em que as águas descem – da barragem, ocupação do local, entre outros.

A assessoria de imprensa da Fundação informou que os esforços no momento são para o atendimento às vítimas, mas que o próximo passo é avaliar o impacto ambiental. “As consequências para o meio ambiente serão identificadas assim que a Defesa Civil liberar o local para averiguações”, disse.

Para a avaliação, serão coletadas amostras de água e sedimentos nos corpos de água próximos ao local do rompimento das barragens, como nos rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. “Esses pontos de coleta contemplarão também os locais de captação de água para abastecimento público das cidades localizadas ao longo dos rios citados”. A Feam também informou que os custos para recuperação ambiental serão arcados pela Samarco.

Com informações da Agência Brasil

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