19 de novembro de 2024
Leandro Mazzini

Militares ironizam ‘amadorismo’ da Comissão da Verdade

Vem crise aí. Enquanto os integrantes da Comissão Nacional da Verdade fecham o cerco aos repressores da ditadura, os militares convocados comemoram o ‘amadorismo’ do grupo. Um octogenário coronel do Exército, citado em quatro livros como chefe de operações nas guerrilhas urbanas e rural, com mortes e torturas, foi convocado semana passada. Percebeu que a CNV só tinha um livro – o que menos falava dele – base da pesquisa. Saiu de lá e avisou aos militares que a comissão está ‘perdida num amadorismo comovente’ e ‘vai terminar como começou: um grande teatro do absurdo’.  

Quepe na mesa

O coronel chegou disposto a ‘manter um diálogo de alto nível’, segundo suas palavras, para tentar esclarecer alguns fatos históricos. Mas não se sentiu provocado.

Papéis de fachada

O militar avaliou que ninguém da CNV leu os livros nos quais ele é citado em operações. Mostraram-lhe papéis ‘de fachada’, informou à coluna.

Provocação

Para os militares convocados, a CNV está ‘sem especialista’ nos temas. A comissão tem 86 assessores contratados para desnudar o passado da caserna.

Nem tanto

Mas não é o que dizem os integrantes da CNV. Apesar do silêncio dos militares, houve avanço nas pesquisas. O grupo entrega relatório até o fim de 2014 para a presidente.

Pressão Olímpica
O novo APO, general linha dura Fernando Azevedo e Silva, decidiu montar uma força-tarefa com a Prefeitura e o governo do Rio. Enviou convites para Eduardo Paes e Sérgio Cabral nomearam representantes e quer acabar com picuinhas entre as APOs dos três níveis. Quer logo concluir a Matriz de Responsabilidades.
 
Missão dada
A decisão da força-tarefa para a Matriz não foi só administrativa, mas política também. Ordem da presidente Dilma, preocupada com o cronograma das obras. O governo não quer repetir o erro do Pan de 2007, orçado em R$ 400 milhões e que acabou em R$ 3 bi.
 
Aparando arestas
Por mais que tenha tentado nos últimos dois anos, o ex-APO Marcio Fortes encontrou grande resistência no assunto junto ao Estado e prefeitura. Agora, o general segue a linha militar de “Missão dada, missão cumprida”.

Contramão

Enquanto colegas vão a Brasília, o governador do DF, Agnelo Queiroz, lança licitação para aluguel de jatinho por R$ 1,3 milhão. Para viagens a capitais e exterior.

Ass(f)alto Novo: Universíade

Agnelo se enrolou de vez. Não bastasse o Ass(f)alto Novo, programa de recapeamento de pistas sem necessidade, o GDF investirá R$ 2 bilhões para sediar a Universíade – nem atleta sabe o que é isso. A prioridade na Saúde ficou na campanha de 2010.

Dezembro vermelho

Após  o Outubro Rosa, contra câncer de mama, e Novembro Azul, que conscientiza homens sobre câncer de próstata, vem o Dezembro no Vermelho no Congresso, com os 13º da turma que ganha acima do teto. A Casa acerta o corte caso a caso, e vai demorar.

Grito do Servidor
Indignada com insinuação do presidente Renan Calheiros sobre comissionado ser melhor porque custa menos, os servidores de carreira do Senado elaboram carta de protesto. Prometeram entregar ao senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) – um analista legislativo licenciado na Casa. Mas o socialista diz que a ele não chegou ainda.

À espera

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) não quer ser ministro de virada de ano. Relator do projeto, quer ver aprovada meia entrada a idosos, deficientes e jovens carentes para espetáculos esportivos e culturais.

Vargas e Gleisi

O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), e a ministra Gleysi Hoffmann jantaram ontem. Apesar de boatos de rota de colisão entre os dois, são aliados. E integram a corrente Construindo um Novo Brasil.

Pito geral

A ABEAR informa que o presidente Eduardo Sanovicz não foi interpelado por assessor da Fazenda na reunião das Aéreas. Na verdade, ele não foi o único. Todos levaram pito.

Ponto final

Pelo vista, Agnelo cansou de viajar de Aerolineas Argentinas para Buenos Aires.

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Com Maurício Nogueira, Luana Lopes e Equipe DF e SP


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