23 de dezembro de 2024
Mundo

Militares cercam mesquita onde Estado Islâmico proclamou califado

Forças militares iraquianas estão sitiando a Grande Mesquita de Mossul, também conhecida como mesquita de Nuri, onde o líder do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) proclamou seu “califado” em 2014.

O califado é um sistema de governo chefiado por um líder que se coloca como sucessor direto do profeta Maomé, criador do islamismo.

O chefe da polícia federal iraquiana, Raed Shaker Jawdat, disse em entrevista à emissora local “Press TV”, que os combatentes do governo estão muito próximos ao local, na parte antiga de Mossul, chamada Cidade Velha, após terem derrotado os milicianos do EI.

De acordo com Jawdat, a mesquita está completamente sitiada e drones estão monitorando as movimentações dos jihadistas na área, combatendo “casa por casa”.

Situada na margem ocidental do rio Tigre, a Cidade Velha é um labirinto de becos cuja configuração e densidade populacional dificultam o avanço das forças de segurança iraquianas.

Neste domingo, a polícia federal e a Força de Intervenção Rápida (FIR), equipadas com rifles de assalto, avançavam perto do rio Tigre, disparando morteiros e lança-foguetes.

Vários helicópteros, com um clima mais favorável que nos últimos dias, apoiavam as forças iraquianas metralhando as posições extremistas, enquanto na cidade ressoavam os tiros e os sons de explosões.

“O objetivo das batalhas é atravessar a ponte de Hadidi para o norte”, disse o general Abas al Juburi, comandante da FIR.

“As dificuldades são a presença de famílias, como evitar atirar contra as famílias utilizadas como escudos humanos (pelo EI). É um bairro antigo, com casas velhas, [onde] raramente se utiliza armamento pesado”, explica.

Avanços

Nos últimos dias, as forças iraquianas afirmaram ter recuperado vários lugares, como o mercado e uma mesquita, no perímetro inicial da Cidade Velha.

As autoridades iraquianas lançaram há cinco meses, em 17 de outubro, uma grande ofensiva para retomar Mossul, segunda maior cidade do Iraque e último grande reduto do EI, com a ajuda da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Após retomar os bairros da parte leste no fim de janeiro, as tropas de Bagdá realizaram em 19 de fevereiro uma operação para se apoderar do oeste e reconquistar bairros e edifícios importantes, como a sede do governo da província de Nínive e a estação de trem.

A queda de Mossul, último grande reduto do EI no país, seria um duro golpe para a organização extremista, que se instalou na cidade em 2014.

Mais de 150 mil pessoas fugiram do oeste de Mossul e de seus arredores há um mês, quando começou a ofensiva das forças iraquianas. (Folhapress)

 


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