11 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:15

MG autoriza Samarco a fazer obra que alagará parte de vilarejo de Mariana

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Um decreto assinado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, autorizou a Samarco a iniciar a construção de um dique que alagará parte da área de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana destruído pelo rompimento da barragem de Fundão.

A intenção é evitar que a lama de rejeitos que está no local volte a poluir os afluentes do rio Doce durante o período chuvoso, que começa em outubro.

Publicado no “Diário Oficial” de Minas Gerais desta terça (21), o decreto afirma que os proprietários da área deverão viabilizar a entrada da equipe técnica da Samarco e dos agentes públicos estaduais no terreno. Ainda diz que a mineradora terá que bancar a indenização dos donos da área.

“A Samarco Mineração S/A fica autorizada a promover todas as medidas necessárias à construção e implantação emergencial do dique”, diz o texto.

A Samarco tem tentado comprar os terrenos para a construção do dique desde o primeiro semestre, mas alguns dos antigos moradores não queriam vendê-los por considerar a obra prejudicial à memória dos antigos moradores. O decreto atual permite o uso da área pela mineradora por três anos.

A empresa tem dito que a obra é urgente e não prejudicará estruturas históricas nem encobrirá as casas que ainda estão de pé, mas o Ministério Público de Minas Gerais e o Conselho de Patrimônio Cultural de Mariana iam de encontro à ideia e diziam que o impacto no local podia ser irrecuperável.

Em uma reunião de conciliação entre a Samarco, suas donas (Vale e a BHP Billiton), governos e Ministério Público Federal, no último dia 13, as empresas insistiram para que a juíza que acompanhava a audiência desse a autorização por meio de decisão liminar (provisória). A magistrada, no entanto, não tomou decisão.

O dique, chamado S4, seria a última de quatro estruturas provisórias que a Samarco planejou para “filtrar” a água que passa pelos terrenos próximos.

Atualmente, apenas um dos diques (o S3) funciona e pode não ser capaz de suportar as chuvas previstas. Com o S4, a empresa acredita que teria tempo de construir estruturas de contenção definitivas e evitar mais poluição.Procurada, a Samarco ainda não se manifestou.

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