Desde os resultados nos estados das apurações no primeiro turno das eleições, os institutos de pesquisa tem sido alvo de críticas especialmente por parte de políticos e eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns, inclusive, sugerem medidas para punir empresas que mostrarem cenários diferentes dos apresentados a partir das urnas eletrônicas.
Para o cientista de dados e CEO da Atlas Intel, Andrei Roman em entrevista ao Diário de Goiás, quem deve, seja punir a partir dos erros ou mesmo recompensá-las quando há acertos é o próprio mercado que as contrata. “As pesquisas precisam ter credibilidade na medida em que de maneira contínua vão perdendo a credibilidade e deixam de ser contratadas porque não existem mais demandas para analisar os números. Se não existe credibilidade, não há importância”, pontua.
Para ele, não há sentido no que chamou de “perseguição judicial das pesquisas” e que tais críticas acabam caindo para a esfera política. “Para tentar ajudar um dos lados e prejudicar o outro. Do meu ponto de vista a Atlas não tem o que esconder. Temos uma trajetória de excelência em toda a América Latina e nos Estados Unidos. Se tem alguma coisa que estamos felizes de fazer é contar sobre tudo que a gente sabe e conseguimos fazer ao longo desses números anos a partir de um trabalho muito intenso”, pontuou.
Para ele, há no Brasil um certo ‘monopólio’ entre duas empresas: o Datafolha e o Ipec. No entanto, o cenário está mudando e outras boas empresas podem surgir, ainda mais se os erros persistirem.
“Na minha opinião quem deveria resolver essa questão do rumo dos institutos é o mercado. Acho que existe um certo monopólio de divulgação de alguns institutos nos grandes veículos de mídia. O Datafolha e o Ipec, principalmente. Mesmo assim, acho que no fim das contas, o mercado vai acabar destruindo. Não dá para manter dois institutos especialmente se eles continuarem errando”, salientou.
Assista a entrevista na íntegra:
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