22 de novembro de 2024
Política

Mensagens entre Moro e Deltan mostram suposta colaboração na Lava-Jato, diz site

Juiz federal Sérgio Moro. (Foto: EBC)
Juiz federal Sérgio Moro. (Foto: EBC)

Neste domingo (9), o site The Intercept Brasil divulgou o conteúdo da suposta troca de mensagens feitas pelo então juiz federal Sergio Moro e por integrantes do Ministério Público Federal (MPF) como o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba.

Nas conversas, Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. O The Intercept disse ter recebido o material de fonte anônima.

Segundo o site, há conversas escritas e gravadas nas quais Moro sugeriu mudança da ordem de fases da Lava Jato, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.

Um investigador disse ao jornal Estadão que somente as vítimas do ataque do hacker poderão confirmar se o conteúdo das mensagens é verdadeiro. Isso porque é muito comum que hackers incluam passagens falsas no meio de conversas “roubadas” das vítimas.

Ja um dos integrantes da cúpula do MPF, disse ao Estadão, que foi “imprudente” o uso do Telegram e não das vias oficiais, já que há uma rede oficial e segura do MPF para esse fim. Além disso, o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse que esse tipo de comunicação não deveria ocorrer por aplicativos.

Em nota divulgada na noite de domingo, a força-tarefa da lava-jato afirmou que “não sabe exatamente ainda a extensão da invasão”, mas que “possivelmente” foram copiados “documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança” dos integrantes do grupo e de suas famílias.

“Uma vez ultrapassados todos os limites de respeito às instituições e às autoridades constituídas na República, é de se esperar que a atividade criminosa continue e avance para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto, falsificar integral ou parcialmente informações e disseminar ‘fake news’.”

Ainda em nota, os procuradores têm “tranquilidade” de que as mensagens “refletem atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial” e que não irão “se dobrar à invasão imoral e ilegal, à extorsão ou à tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais”.

Segundo o Estadão, Sergio Moro afirmou por nota que, nas mensagens em que é citado, “não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado”. O ministro da Justiça disse lamentar “a falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores” e o “sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato”.


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