Henrique Meirelles ainda não decidiu se vai disputar o Planalto, mas elencou nesta quarta-feira (14) a garantia de emprego como prioridade de seu eventual governo.
Em um esforço para aumentar capilaridade política e melhorar sua imagem -considerada bastante técnica e sisuda entre os eleitores-, o ministro da Fazenda respondeu a perguntas em sua página no Twitter, em que listou dados da economia, mas também falou sobre seus cachorros e memes que ironizam sua, por hora pouco empolgante, candidatura presidencial.
Meirelles fez o que pode, mas usou a expressão presença afetiva ao comentar sobre a foto de um de seus cachorros que postou esta semana na internet.
“Tenho cinco cachorros e gosto de todos. A mãe e quatro filhos. A que apareceu no Instagram é a filha mais velha, a Trica. É uma farra. Acho que cachorro é movimento, uma presença afetiva que faz muito bem a todos, eu aconselho”, disse o ministro.
Além do uso mais frequente das redes sociais, o ministro tem ampliado sua agenda de viagens, inclusive para estados do nordeste, onde o governo tem seus piores índices de aprovação.
Adotou também a estratégia sempre defendida pelo ex-presidente Lula, de conceder entrevistas a rádios pequenas e médias pelo interior do país -foram 25 só nas últimas semanas.
Sobre o foco de seu eventual governo, Meirelles disse nesta quarta que, caso seja eleito em outubro, quer garantir o emprego com “uma política econômica bem sucedida”.
Já com traquejos de candidato, inclusive na luta inglória para tentar dar suas respostas em menos de um minuto, o ministro não deixou de fora todas as outras áreas que costumam aparecer na lista de principais preocupações da população: saúde, educação, segurança e transporte.
“A primeira prioridade é garantir emprego. Em segundo lugar, inflação baixa e uso competente dos recursos públicos para garantir melhor saúde, melhor educação e mais segurança. Finalmente, transporte, infraestrutura, energia mais barata e disponível”, afirmou.
O habitual “em resumo”, expressão que costuma usar durante suas explanações, apareceu várias vezes, até quando precisou responder como é ser “o candidato certo no país errado”.
“Precisamos ter governos que tenham comportamento ético, carreira de integridade e deem confiança aos brasileiros pela competência e honestidade. Em resumo: o Brasil precisa inspirar orgulho a todos os brasileiros”.
O ministro foi mais uma vez questionado sobre sua decisão em disputar ou não a Presidência da República e afirmou que ainda não bateu o martelo.
O chefe da equipe econômica do governo vai decidir até o fim de março se deixa ou não o comando da Fazenda para concorrer às eleições pelo MDB -ele precisa sair do governo até dia 7 de abril se quiser se candidatar.
Seus planos eleitorais, porém, esbarram no desejo do próprio presidente Michel Temer de ser candidato à reeleição. Meirelles quer se lançar ao Planalto pelo partido de Temer, mas tem medo de deixar a Fazenda para viajar o país e, em julho, prazo para o registro das chapas, o presidente decidir que será ele mesmo o candidato.
Memes
Sobre os memes que ironizam a falta de empolgação com sua possível candidatura -hoje Meirelles aparece com 2% das intenções de voto-, o ministro disse que “humor é fundamental na vida e também na vida pública”, mas que em uma democracia, não precisa concordar com a mensagem de todos.
Um dos usuários enviou um meme que mostra um homem pedindo a uma mulher que lhe diga algo excitante. A resposta, irônica, é: corte na taxa de juros, reformas estruturantes na economia, menor taxa de inflação em 20 anos, reforma da Previdência e candidatura de Meirelles.
“É uma forma de transmitir mensagens importantes de maneira simples e bem humorada. Vivemos em uma democracia e não concordo com todos”, declarou. (Folhapress)
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