O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou nesta sexta-feira (7) a mensagem dada pelo presidente Michel Temer ao pousar em Hamburgo para participar da cúpula do G20: “A economia vai bem”, disse a jornalistas diante do hotel Le Méridien.
Temer tinha dito, horas antes, que “crise econômica no Brasil não existe”. “Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na indústria, estamos crescendo no agronegócio. Lá não existe crise econômica.”
Meirelles admite que haja “uma certa diminuição no nível da confiança”, causada pela crise política, mas insiste no funcionamento das instituições -um mantra deste governo- e que a administração segue trabalhando intensamente pela aprovação das reformas econômicas.
O governo Temer tem se mobilizado para barrar na Câmara dos Deputados a denúncia de corrupção passiva contra o presidente. Meirelles disse, em Hamburgo, que “a expectativa a esta altura é de que possivelmente a denúncia não deve ser aceita”.
Entre os planos para a recuperação econômica, ele destacou o leilão de hidrelétricas, que “pode gerar um volume além do previsto”.
OCDE
Uma das principais tarefas de Meirelles durante a cúpula do G20, que reúne as principais economias do mundo, será fazer gestões diplomáticas pela entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). O governo americano tem imposto dificuldades para a expansão do órgão global.
O ministro disse, em Hamburgo, que a resistência americana não está especificamente relacionada ao Brasil. A preocupação é o inchaço da organização, com a entrada de demasiados membros. “É a preocupação maior da administração americana, e não o Brasil.”
Meirelles havia dito no dia anterior que o governo manterá a previsão de crescimento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
No fim de junho, durante um evento em São Paulo, Meirelles chegou a dizer que a economia cresceria menos do que o esperado neste ano. O ministro afirmou, à época, que a previsão de crescimento do PIB em 2017 seria “um pouco menor” que 0,5%.
No último dia 30, o IBGE divulgou que o desemprego no Brasil é de 13,3% e atinge 13,8 milhões de pessoas, dado considerado estável pelo instituto em comparação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2016, por outro lado, houve alta de 20,4%, com um adicional de 2,3 milhões de pessoas desocupadas.
A produção industrial cresceu em maio pelo segundo mês seguido. A recuperação, porém, é considerada “pouco vigorosa” pelo IBGE.
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