A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Goiás (FICCO/GO) fez 55 prisões e cumpriu 109 mandados de busca e apreensão envolvendo grupos de traficantes organizados sob a forma de uma coalisão para enfraquecer as duas maiores facções criminosas do Brasil e dominar determinadas áreas do país, com ligações internacionais.
Foram bloqueados R$ 21 milhões de reais, dos quais a maior parte, R$ 14 milhões, estavam em poder de uma goiana, apelidada de “Princesinha do Crime”, que foi extraditada de Portugal para Goiás na sexta-feira (19).
A mulher é Francielle Paiva, que se apresentava como corretora de imóveis e produtora de conteúdo adulto, que tinha uma vida luxuosa em Portugal. A investigação aponta que a prisão da suspeita foi a ponta da meada para chegar ao esquema.
Responsável pelo caso no início, a Polícia Civil apurou que a suspeita atuava para lavar dinheiro da facção goiana “Amigos do Estado”, que seria aliada de uma grande facção nacional. O que levou à mulher foi a análise dos celulares de presos flagrados com três fuzis, em 2024, realizada por Policiais Militares da FICCO.
Neste cenário de integração policial, segundo a Superintendente da Polícia Federal (PF) em Goiás, Marcela Rodrigues, a investigação iniciou como se fosse uma atuação apenas em Goiás. Com o aprofundamento, explicou ela, alcançou uma dimensão internacional.
“Cada estado da federação tem uma facção criminosa que geralmente atua específico no seu território. E durante as investigações, foi identificada uma reunião de desígnios, de forma que elas passem a atuar conjuntamente para competir com as duas facções já conhecidas nacionalmente”, pontuou.
Ouça abaixo a fala da Superintendente da Polícia Federal (PF) em Goiás, Marcela Rodrigues!
Os grupos atuam espalhados em cidades de 10 estados:
- Goiás
- Distrito Federal
- São Paulo
- Paraná
- Pará
- Tocantins
- Maranhão
- Mato Grosso
- Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais
Em Goiás foram cumpridos mandados em 11 cidades:
- Goiânia
- Aparecida
- Planaltina
- Rio Verde
- Ceres
- Goianira
- Hidrolândia
- Nerópolis
- Buriti Alegre
- Itumbiara
- Senador Canedo
- Silvânia
Operação Corrosão
Chamada de Operação Corrosão, a ação desta quinta-feira envolveu: combate ao tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes correlatos.
Conforme o delegado à frente da operação, Bruno Zane, a investigação chegou a um nível de identificação do papel de cada envolvido. “Conseguimos identificar os empresários, os laranjas, as mulheres que passavam dinheiro na conta para realizar o pagamento de drogas, pessoas que utilizavam a própria conta para poder abastecer a facção na compra de drogas, saques dos bancos, todo mundo foi identificado, por isso que hoje teve diversas pessoas presas”, afirmou.
A operação envolveu mais de 400 policiais da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal do Estado de Goiás, além da Polícia Penal Federal (SENAPPEN) que integram a FICCO.
Segundo a PF, a investigação permitiu identificar dezenas de novos integrantes da organização criminosa e uma estrutura “complexa e hierarquizada”. Foram identificadas funções bastante definidas: desde a liderança central e o responsável pela contabilidade e movimentação de fundos ilícitos até os encarregados da disciplina interna, distribuidores, fornecedores e intermediários financeiros.
“O mapeamento dessas funções representa um passo decisivo para o desmantelamento completo da organização”, informou a PF.
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