Foi indiciado pela Polícia Civil o médico que acorrentou um funcionário e divulgou um vídeo fazendo alusão à escravidão, na cidade de Goiás. O inquérito foi concluído, e ele vai responder pelo crime de prática, incitação ou induzimento de preconceito ou discriminação de raça, etnia ou cor.
De acordo com a polícia, o inquérito deve ser enviado ao Poder Judiciário ainda nesta segunda-feira (14). O médico é investigado desde o dia 16 de fevereiro, quando o vídeo foi publicado nas redes sociais dele.
Nas imagens, o funcionário está acorrentado. O médico ri e diz: “Falei para estudar, mas ele não quer. Então vai ficar na minha senzala”.
Num outro vídeo, publicado depois do início das investigações, o investigado aparece novamente ao lado do funcionário, desta vez sem correntes, e diz que a publicação foi uma brincadeira. A vítima, por sua vez, define o médico como “um pai”.
Revolta
Ao Diário de Goiás, a coordenadora do Movimento Negro, Iêda Leal, repudiou a gravação. ‘’Não é brincadeira, porque a escravidão tirou vidas. A escravidão perpetuou durante muito tempo em nosso país a exploração dos seres humanos’’.
Para a ativista, em pleno 2022 é inacreditável que alguém ache que estes fatos vividos pela comunidade negra, na época da escravidão era brincadeira. ‘’Nós perdemos vidas, fomos colocados em situações que era humanamente viver, nós morríamos não só de tristeza, mas morríamos porque faltava para nós condições de trabalho, nós éramos trabalhadores naquele momento sem direito a nada’’, disse.
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