08 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 12/02/2020 às 23:58

“Me sinto indignada e injustiçada”, diz Dilma sobre autorização de impeachment

Presidente Dilma Rousseff (PT).
Presidente Dilma Rousseff (PT).

Após a votação do processo de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), realizada neste domingo (17) na Câmara dos Deputados, a presidente ainda não havia se pronunciado. Nesta segunda-feira (18) Dilma realizou uma coletiva de imprensa, ocasião em que se diz indignada e injustiçada.

“É um processo e não tem base de sustentação. É por isso que me sinto injustiçada. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando de uma forma absurda se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime e, segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, afirmou.

A presidente afirmou que assistiu à votação, que durou aproximadamente seis horas e disse não ter visto discussão sobre crime de responsabilidade devido às pedaladas fiscais, que é o motivo que a acusam.

“Não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade que é a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil. A Constituição prevê que o impeachment é possível, sim, e temos de reconhecer que está lá escrito. Mas, ao mesmo tempo, a Constituição estipula que é necessária a existência do crime de responsabilidade para que uma pessoa possa ser considerada e afastada do cargo de presidente da República depois de receber os votos majoritários da população”, disse.

Dilma Rousseff também citou o número de votos que recebeu nas eleições de 2014, que a elegeram pela segunda vez, e insistiu que não houve crime de responsabilidade, uma vez que “os atos praticados” por ela foram também praticados por outros presidentes brasileiros, mas que os parlamentares não haviam antes considerados ilegais.

“Ora, eu recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão que recepcionou a questão da apreciação da admissibilidade do meu impeachment. Eu vou insistir: não há crime de responsabilidade. Os atos que pelos quais eles me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim, e não se caracterizaram como sendo atos ilegais ou atos criminosos, foram considerados legais. Portanto, quando eu me sinto indignada e injustiçada, é porque a mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém”.

Veja o vídeo do pronunciamento:

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