O líder do governo na Câmara Municipal de Goiânia, vereador Igor Franco (MDB) acabou ficando fora da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar o contrato da Prefeitura com o Consórcio Limpa Gyn. O líder do partido, vereador Bruno Diniz nem esperou a criação oficial da CEI e enviou os nomes dos vereadores Luan Alves e Pedro Azulão Jr, mas segundo o próprio Igor Franco foi uma decisão da bancada.
A publicação da portaria que instaura a CEI da Limpa Gyn era esperada para esta quinta-feira (21), mas o Paço Municipal pediu ajustes no formato do texto enviado, explicou a assessoria de Comunicação da Câmara. Quando a correção terminar e o documento for reenviado, pode ser publicado na edição seguinte do Diário Oficial do Município.
Prefeito tinha reclamado de líder um dia antes
Na quarta-feira (20) o prefeito Sandro Mabel (UB) deixou clara sua insatisfação com a articulação de Igor Franco pela criação da CEI.
Segundo Franco, isso não pesou na escolha dos nomes de Luan e Pedro Azulão, que segundo afirmou, tinha sido discutida “bem antes” das falas de Mabel. Mas a pressa em enviar os nomes sem sequer a CEI ter sido criada, chamou a atenção. Até o início da tarde de quinta, nenhum outro partido tinha feito suas indicações, até porque existem possíveis negociações entre bancadas.
A reportagem tentou ouvir Diniz nesta quinta para saber como foi a escolha, por qual motivo ele já indicou os nomes, já que a portaria ainda não foi publicada, e se houve alguma articulação do Paço para a definição dos integrantes. A assessoria do parlamentar informou que ele estava fora da cidade e que enviaria uma nota, mas isto ainda não aconteceu.
“Nomes me representam”, diz Igor Franco
Com frases contundentes na quarta-feira, Mabel sinalizou que preferia que a CEI não existisse, chamou de desnecessária e afirmou que não tem porque ter receio, mas também que estranhava que seu líder fizesse parte, quase chamando o parlamentar de traidor. Chegou a dizer “líder tem que defender ou pede pra sair”, se dirigindo a Franco.
Igor Franco informou ao Diário de Goiás nesta quinta que a decisão foi da bancada, e por unanimidade. “Me sinto representado pelos indicados do meu partido. Tanto que também referendei as escolhas”, disse ao ser perguntado se tinha ficado incomodado por ter trabalho pela instalação da CEI e não ocupar assento nela.
Na quarta-feira, o vereador demonstrou mágoa, vendo injustiça nas declarações do prefeito. Primeiro disse que fez a defesa de todos os projetos do governo. Mais tarde, em novas mensagens, citou que, antes de tudo, representa o interesse dos seus eleitores, chegando a afirmar: “E mais… eu ajudei ele [Mabel] ganhar a eleição. Ele não me ajudou”.
Procurado novamente, o Consórcio Limpa Gyn informou que não comentará a questão.
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