O diretório de Anápolis do MDB ainda não esclareceu se defenderá uma aliança da sigla com o governador Ronaldo Caiado em 2022, como pediram 27 dos 28 prefeitos emedebistas em reunião com o presidente estadual, Daniel Vilela, na última quarta-feira (14).
A carta assinada pelos gestores municipais, segundo o presidente do MDB na cidade, Márcio Corrêa, é “relevante”. Porém, ele defende que também que não só os prefeitos sejam ouvidos antes da decisão e diz que bater o martelo nesse momento seria “prematuro”.
“O Daniel (Vilela) tem feito essa conversa de forma muito democrática. Ele está andando por todo o interior, ouvindo todos os diretórios. Temos que conversar com todas as frentes políticas e ouvir todas as instâncias do partido. Não tenho dúvida de que será uma decisão democrática”, disse ao Diário de Goiás.
Ele reforça também que “não há decisão tomada” e afirma que há ainda muito tempo para o debate.
As vereadoras do MDB em Anápolis, Tricia Barreto e Seliane Santos, seguem a mesma linha. Ambas defendem o diálogo também com a população para definir a posição. “Vai ser o melhor para a população de Goiás. Ainda precisamos pensar muito no que está acontecendo com a pandemia e tudo mais”, destacou Santos.
“Ainda é cedo para definir, mas, até pela ideologia do MDB, vamos seguir pela população”, pontuou Barreto. As parlamentares também garantem que, embora possa haver divergências, a posição final será coesa. “Essa decisão será feita de forma coletiva. O que Daniel Vilela e Márcio Corrêa decidirem, estaremos apoiando”, frisa Seliane Santos.
Márcio Corrêa, que se encontrou com o prefeito Gustavo Mendanha nesta quinta-feira (15), também reforçou que o sentimento popular será o termômetro para o posicionamento do diretório. “Essa decisão passa por pesquisas qualitativas que o partido vem fazendo para entender o sentimento da população, se é de mudança ou de continuidade dos projetos que aí estão”, ponderou.
Mendanha
O presidente do diretório anapolino do MDB afirma que o nome de Gustavo Mendanha é natural caso o partido opte pela chapa própria. “Ele tem grande aceitação em Aparecida, é um líder e foi eleito com votação recorde”, destacou.
Porém, Corrêa ponderou que o cenário pode não apontar para uma chapa encabeçada por um emedebista. “É natural o partido querer lançar chapa própria, mas é preciso verificar se há clima para isso”.
Em 2020, o governador Ronaldo Caiado apoiou o prefeito Roberto Naves na cidade. Entre as três mais populosas, Anápolis foi a única na qual um candidato aliado ao democrata venceu. Caiado também é natural de Anápolis e tem mantido agendas constantes no município, inclusive com o recente lançamento do Centro de Excelência em Tecnologia Ferroviária, nesta quinta-feira.
O MDB anapolino saiu fortalecido das eleições em 2020, com Márcio Corrêa chegando a aproximadamente 30 mil votos e quase tirando o ex-prefeito Antônio Gomide da disputa do segundo turno. Reservadamente, outros integrantes da sigla admitem que o governador tem apoio no município, mas ressaltam que a discussão sobre a posição do diretório ainda não está suficientemente madura.
