O cantor de funk MC Poze do Rodo foi preso na manhã desta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Rio de Janeiro. A prisão aconteceu no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da capital fluminense, como parte de uma operação que investiga o artista por apologia ao crime e suposto envolvimento com o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país.
Com mais de 15,1 milhões de seguidores no Instagram e 4,4 milhões de inscritos no YouTube, Poze é um dos nomes mais populares do funk carioca. No entanto, segundo a Polícia Civil, sua notoriedade tem sido usada para fortalecer o poder da facção criminosa em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas.
De acordo com as investigações, os shows do artista ocorrem exclusivamente em áreas controladas pelo Comando Vermelho, muitas vezes com a presença ostensiva de traficantes fortemente armados, incluindo fuzis. Para os investigadores, os eventos funcionam como ferramenta de propaganda e arrecadação para a facção, com os lucros da venda de drogas sendo usados para a compra de mais armamentos e entorpecentes.
As letras das músicas de MC Poze também estão sob escrutínio. Segundo a Polícia Civil, as composições do artista fazem apologia ao tráfico, incentivam o uso de armas de fogo e promovem confrontos entre facções criminosas. “As letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas”, diz trecho do comunicado oficial da corporação.
A operação desta quinta-feira teve como base o cumprimento de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, após a coleta de evidências que apontam para o financiamento dos shows do artista pela facção criminosa. Um dos eventos investigados foi realizado no dia 19 de maio, na comunidade da Cidade de Deus, e contou com a presença de diversos traficantes armados.
Ainda segundo a polícia, o show ocorreu poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante uma operação na mesma comunidade. A proximidade temporal entre o evento e a ação policial levanta suspeitas de relação indireta entre a apresentação do cantor e a intensificação do confronto na área.
A defesa do artista ainda não se pronunciou oficialmente. O caso segue em investigação.
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