Para quem ainda não conhecia e, no fim das contas, também para essas coisas serve a Copa do Mundo, Kylian Mbappé, 19, é o garoto prodígio do futebol mundial.
O jogador apareceu na penúltima temporada europeia, com o Monaco, semifinalista da Champions League. Há um ano, foi vendido por 180 milhões de euros ao PSG -valor menor só do que o pago por Neymar.
A temporada em Paris não foi exatamente a da explosão. Essa só chegou na Copa do Mundo. Mas que explosão… Mbappé fez os dois gols que definiram a vitória francesa, quando o jogo estava empatado por 2 a 2, na cidade de Kazan. Ele foi o primeiro adolescente a marcar duas vezes em uma mesma partida desde 1958. E sabe quem foi o autor daqueles gols? Pelé, dois gols na final contra a Suécia – e, lembrando, ele já tinha marcado três na semifinais contra a França.
O jogo terminou 4 a 3 para a França e, talvez, o lance mais marcante do novo fenômeno tenha sido o que originou o primeiro gol francês, marcado por Griezmann.
Era uma jogada de ataque da Argentina, aos 13min do primeiro tempo. A bola foi recuperada e caiu nos pés de Mbappé, que acelerou por 64 metros, passou pela pesada e lenta defesa adversária e só foi derrubado por Rojo na área. Pênalti.
A explosão lembrou demais as arrancadas de Ronaldo Nazário em seus primeiros anos como profissional, principalmente no PSV e no Barcelona, antes das sérias lesões. Se, no início, Mbappé era chamado de “novo Henry”, agora as comparações passam a ser feitas com gente mais graúda.
“Me lembra muito do Ronaldo da Olimpíada de 96, é este o nível dele”, já havia dito Anelka, ex-atacante do Real Madrid e seleção francesa, ao jornal “L’Equipe”.
A explosão e a aceleração não são as únicas facetas do jogo de Mbappé que geram as comparações com o Fenômeno. O prodígio francês tem muita habilidade, sabe driblar e, o principal, tem muito faro de gol.
É verdade que o gol mais decisivo para a França talvez tenha sido o de Pavard, o golaço que empatou o jogo quando a Argentina havia tomado a dianteira e tinha um verdadeiro caldeirão formado nas arquibancadas de Kazan. Mas, uma vez retomado o equilíbrio do jogo, brilhou Mbappé.
Com dois gols bastante diferentes, mostrando a diversidade de seu jogo. No primeiro, após bola espirrada na área, mostrou oportunismo ao puxar a jogada para o lado e finalizar. No segundo, o desmarque característico de Ronaldo, que parecia nunca entrar em impedimento. Velocidade e frieza frente a frente com o goleiro.
Entre os jogadores do PSG, no entanto, o apelido não é nem Ronaldo, nem Henry. Mbappé é Donatello, por lembrar uma das quatro Tartarugas Ninjas. A velocidade dele em campo, porém, não tem nada que nos lembre a de uma tartaruga.
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