22 de dezembro de 2024
Desdobramentos

Mauro Cid recebeu R$ 20 mil de joalheiro de Goiânia, aponta relatório da Coaf

O pagamento aconteceu em 2022, mas o comerciante afirma que não conhece o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e não se lembra da transferência, algo corriqueiro em seu dia a dia
A quebra do sigilo bancário de Mauro Cid revelou recebimento de pagamentos de um ourives de Goiânia. Foto: Reprodução
A quebra do sigilo bancário de Mauro Cid revelou recebimento de pagamentos de um ourives de Goiânia. Foto: Reprodução

Uma transferência no valor de R$ 20.520 mil, feita de um joalheiro de Goiânia para a conta do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, foi identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A entidade é responsável pela prevenção de práticas de lavagem de dinheiro e relatou a movimentação bancária. O pagamento foi realizado em 2022.

Conforme o relatório de inteligência financeira da Coaf, a transferência foi feita por Heitor Garcia Cunha, ourives e comerciante, dono de uma loja de eletrônicos no Hipercamelódromo OK, em Goiânia. O comerciante confirma que também trabalha em uma joalheria na capital, mas em entrevista ao jornal O Globo, negou conhecer Mauro Cid.

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Ao O Globo, o comerciante declarou que não se lembra da negociação, visto que é uma atividade cotidiana em sua profissão.”Eu sou um comerciante. É movimentação normal minha. Sou joalheiro também”, disse. Heitor acrescentou que a transferência em questão pode ter sido realizada para um negócio qualquer que tenha feito. “Eu nem conheço essa pessoa. Pode ser que, em algum negócio que eu tenha feito, me passaram os dados dele para eu fazer o depósito”, afirmou o ourives.

A defesa de Mauro Cid ainda não deu sua versão do caso nem prestou esclarecimentos quando questionada pela imprensa. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente está em prisão preventiva pela participação na falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro e outras pessoas, e teve o sigilo bancário quebrado pela Polícia Federal (PF) para investigação da apropriação e venda indevida de jóias recebidas pelo ex-presidente durante mandato.


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