Após 12 dias com o funcionamento reduzido devido a uma crise financeira, a Maternidade Dona Iris voltou a realizar os atendimentos normalmente nesta sexta-feira (24). Foram paralisados 24 leitos obstetrícios por falta de recursos financeiros disponibilizados pela Prefeitura de Goiânia. A partir de hoje, 37 desses leitos estão funcionando, no entanto, o ideal são 61, para manter o padrão nos serviços.
De acordo com uma nota da Secretária de Segurança Pública (SMS) a reabertura dos leitos que estavam suspensos, aconteceu devido a um acordo com o Ministério Público para que a maternidade sirva de suporte em momento de crise no Hospital Materno Infantil.
“A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc) está elaborando o projeto de readequação de serviços para apresentar à Secretaria”, diz nota.
Para o coordenador técnico da Maternidade Dona Íris, José Renato Resende, cerca de 431 partos foram realizados só no mês de outubro, o que sobrecarregou os serviços prestados pela maternidade. “O fechamento desse leitos resultou na redução de gastos. A paralização foi para garantir a qualidade nos atendimentos, pois estávamos prestando serviço também a todo o município de Aparecida de Goiânia. Uma demanda muito grande”, conta.
Com a reinauguração da Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, segundo o José Renato, a demanda de atendimentos diminuiu e o número de partos também, o que ajudou na regularização dos atendimentos.
Repasses
As dívidas a maternidade ainda continuam devido ao déficit nos cofres da prefeitura, como conta o prefeito Íris Rezende (PMDB). A secretária de saúde diz que desde o mês de setembro, ainda gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), não consegue realizar os repasses com o valor determinado pela Fundahc, no entanto, foi solicitado reajustes nos serviços prestados.
Segundo a secretária, a nova gestão já repassou mais de R$ 11 milhões para a fundação. “A dívida, que era de cerca de 25,5 milhões de reais no início do ano, é referente à gestão passada e será negociada conforme disponibilidade financeira da SMS”, diz nota.
Entenda o caso
Por falta de repasses da Prefeitura de Goiânia, a unidade estava com os pagamentos de funcionários e fornecedores atrasados até a última sexta-feira (10) e uma dívida de aproximadamente R$ 24 milhões de reais.
A prefeitura, no dia 10 de maio pagou R$ 1,8 milhões para a maternidade, afim de quitar os salários dos funcionários atrasados referente ao mês de fevereiro, no entanto até essa data os fornecedores não foram pagos.
Segundo a Secretária de Saúde os repasses dos funcionários estavam atrasados desde a gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT).
Leia nota na integra:
A Secretaria, desde a gestão passada (setembro), não consegue repassar o valor acrescido ao previsto no termo de convênio com a Fundahc e solicitou uma readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto e ao neonato com qualidade. É por isso que alguns atendimentos ambulatoriais já estão sendo suspensos.
Os atendimentos de urgência continuam normalmente. A reabertura dos leitos obstétricos foi em função de acordo com Ministério Público, que solicitou apoio da Fundahc para o momento de crise no Hospital Materno Infantil. A Fundahc está elaborando o projeto de readequação de serviços para apresentar à Secretaria.
Sobre os repasses, todos os meses os pagamentos realizados nesta gestão tem sido dentro do ajuste solicitado. Já foram repassados neste ano mais de 11 milhões de reais para a Fundação. A dívida, que era de cerca de 25,5 milhões de reais no início do ano, é referente à gestão passada e será negociada conforme disponibilidade financeira da SMS.
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